[SUSPENSO] 'Mundos indígenas' é destaque no Espaço do Conhecimento UFMG
O Espaço do Conhecimento da UFMG se abriu aos cantos, artefatos, gravuras, vídeos e imagens que retratam, de forma interativa, os saberes dos povos Maxakali, Pataxoop, Yanomami, Ye'kwana e Xakriabá.
A exposição Mundos indígenas, que fica em cartaz até julho de 2020, foi concebida e produzida de forma colaborativa com base em proposta conceitual elaborada pela professora Deborah Lima, do departamento de Antropologia e Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).
Os protagonistas da mostra são os curadores, responsáveis por determinar os conceitos que guiam Mundos indígenas. De Roraima, Júlio Magalhães e Viviane Rocha apresentam o mundo dos Ye'kwana. Recém-premiado com um Nobel alternativo pela proteção do seu povo e da Amazônia, Davi Kopenawa se junta a Joseca na curadoria Yanomami. De Minas Gerais, Vicente, Edvaldo e Célia estão à frente dos Xakriabá, e Sueli e Isael, dos Maxakali. Dona Liça e Kanatyo são os curadores Pataxoop.
Gratuita, a exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas e aos sábados, de 10 às 21 horas.
Sem mediação
A mostra busca, de acordo com a professora Deborah Lima, o entendimento de outras formas de realidade e de se viver no mundo. “Esperamos que haja uma maior aproximação, encantamento e – por que não? – amor aos povos indígenas. Esse modo de entender o mundo indígena, direto, sem mediação, sem tradução, sem teoria, tenderá a promover um favorecimento da convivência entre indígenas e não indígenas”, explica.
A forma diferenciada de pensar a mostra é apresentada pelo projeto Antropologia na Escola, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, e pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Educação Indígena, da Faculdade de Educação. Seus integrantes trabalharam junto com a equipe multidisciplinar do Núcleo de Expografia do Espaço do Conhecimento UFMG para dar forma a essas reflexões. Em conjunto com os curadores indígenas e seus assistentes, as discussões e os vários encaminhamentos, concretizados em articulações singulares, possibilitaram a montagem colaborativa.
Experiência de proximidade
A mostra trata de modos de viver, de saber e de cuidar dos povos indígenas de uma forma acessível a todas as idades, especialmente aos jovens e às crianças. Com Mundos indígenas, o Espaço do Conhecimento UFMG passa a oferecer uma nova experiência aos pequenos e às suas famílias. De acordo com Renata Marquez, coordenadora expográfica do museu e professora da Escola de Arquitetura e Design da UFMG, a mostra apresenta um olhar para a infância, o que a torna ainda mais encantadora. "As crianças são mais abertas do que os adultos para outros modos de vida", argumenta.
A visita também promete ser divertida. Professora da Faculdade de Educação da UFMG, Ana Gomes trabalhou com os curadores na concepção da mostra e garante que a experimentação sensorial será peça-chave da experiência. "Não é uma exposição do tipo 'proibido tocar', pois as crianças vão poder mexer, interagir e se movimentar", garante.