Desde os tempos de Charles Chaplin, a bebida é retratada no cinema pelas lentes do humor. Assim, os personagens bêbados eram representados como palhaços e se tornavam alvo das risadas do público. Mas no longa metragem Farrapo Humano, de Billy Wilder, o alcoolismo é retratado de maneira diferente dos filmes da época: o clássico é o primeiro drama a mostrar abertamente a questão do vício em bebidas.

O premiado longa de 1945, ainda em preto e branco, é a atração do MedCine. A sessão é aberta ao público e ocorre em 28 de agosto de 2019, quarta-feira, às 18h15, na sala Amílcar Vianna, no andar térreo da Faculdade de Medicina da UFMG. Não é necessária inscrição prévia.

O filme

O drama apresenta os dilemas do escritor Don Birman que, em meio à um bloqueio criativo, entrega-se cada vez mais ao seu vício. Através da personagem de Ray Milland, a doença é desmistificada e encarada com a devida complexidade, fato incomum para a época. O roteiro foi incômodo o suficiente para que a indústria de bebidas americana fizesse uma oferta de 5 milhões de dólares para que a Paramount engavetasse o filme.

Debate

Após a sessão, haverá debate sobre a temática do vício mediado pelo coordenador do projeto MedCine, Marco Túlio de Aquino, médico psiquiatra e membro do Núcleo de Apoio Psicopedagógico ao Estudante da Faculdade de Medicina (Napem). Para ele, o filme é uma maneira de trazer o debate sobre o abuso de drogas e álcool ao contexto da nossa sociedade.

“A ideia é que haja uma discussão sem preconceitos ou julgamentos em torno da questão. Buscamos compreender a situação e tentar entender o porquê de atualmente existir na nossa sociedade um apelo tão forte ao abuso de substâncias”, comenta.

MedCine

As sessões do MedCine são realizadas mensalmente, gratuitas e abertas ao público interessado. O projeto é uma realização do Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina da UFMG (Napem), com apoio do Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB) e do Centro de Comunicação Social (CCS) da Faculdade de Medicina da UFMG.

(Fonte: Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG)