Aluna de Engenharia Aeroespacial da UFMG participa de missão em estação que simula Marte
‘Habitat Marte’ é a primeira estação espacial análoga ao Planeta Vermelho no Hemisfério Sul; a experiência na instalação reuniu estudantes de diferentes estados
Como seria sentir-se em Marte sem sair da Terra? Desde 2017, o Núcleo de Pesquisas em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), comanda a estação espacial análoga chamada Habitat Marte. O projeto é considerado inovador no estímulo ao desenvolvimento de competências sobre o espaço e a sustentabilidade. Desde o dia 29 de outubro, a iniciativa está realizando a missão espacial análoga Sian, que teve seu momento presencial nos dias 5, 6 e 7 de novembro, nas instalações físicas da estação, na zona rural da cidade de Caiçara do Rio do Vento, no Rio Grande do Norte.
Batizada de Missão 86, a ação envolve professores e estudantes de diferentes estados brasileiros. Essa é a missão com maior número de participantes em modo presencial na estação, oito. Foi também a com maior representação feminina, incluindo a criança mais jovem, Isabella Fernanda, de 10 anos, e a estudante do 5º período de Engenharia Aeroespacial da UFMG Ana Carolina Buzelim. E foi ela quem contou mais sobre essa experiência no programa Expresso 104,5 dessa terça, 16, apresentado por Filipe Sartoreto.
Ana Carolina explicou como são as instalações do local e como o projeto é focado na sustentabilidade. No Habitat é necessário evitar o desperdício, há criação de hortaliças e peixes, buscando ao máximo uma conduta autossustentável, uma vez que, em uma missão real ao Planeta Vermelho, não seria possível carregar uma grande quantidade de suprimentos. A estudante resumiu como foi sua participação na Missão 86.
“Cada pessoa é designada com uma tarefa, meu cargo era de cientista chefe na missão. Eles estão em constante processo de melhoria da estação, então, você chega e continua tarefas deixadas de outra missão. Por exemplo, montamos um armário para colocar os capacetes, que a gente usa para fazer as missões extraveiculares e checamos se o sistema de criação de peixes estava funcionando corretamente, como eles estavam, se tinham os nutrientes necessários. Também tem a exploração, a parte extraveicular, em que a gente foi para uma cidade próxima. Como lá o clima é semiárido, é um ambiente muito próximo do que seria em Marte, que não tem muita vegetação. Fizemos uma caminhada de algumas horas, para explorar o ambiente”, detalhou.
Ouça a entrevista completa no Soundcloud.
O ações do Habitat Marte podem ser acompanhadas pelo perfil do projeto no Instagram. Na página, são divulgadas as missões, trabalhos presenciais e abertura de inscrições.
Produção: Flora Quaresma, sob orientação de Filipe Sartoreto
Publicação: Alessandra Dantas