Ambiente urbano aumenta risco de doenças cardiovasculares em pets
Em artigo, pesquisadora do ICB mostra que estresse é ainda maior quando associado ao sedentarismo e à obesidade
O estresse emocional provocado por inúmeros agentes presentes nos ambientes urbanos é considerado importante fator de risco para doenças cardiovasculares. E o risco aumenta quando o estresse é associado a outros fatores, como o sedentarismo e a obesidade. O problema afeta não apenas as pessoas que moram nas grandes cidades, mas também seus animais de estimação. O alerta está em artigo publicado pela revista Physiology & Behavior, de autoria de Carina Cunha Silva, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Fisiologia e Farmacologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).
A pesquisadora, que também é médica veterinária, observa que a companhia de animais de estimação é indicada como terapia não farmacológica eficiente, para atenuar os efeitos do estresse, da ansiedade e reduzir o risco de doença cardiovascular nos tutores. Mas, segundo ela, os efeitos do estresse agudo e crônico sobre a saúde cardiovascular dos animais domésticos ainda não têm recebido a atenção devida.
O artigo, originado de revisão bibliográfica acerca do tema, alerta sobre os riscos a que esses animais estão expostos. Segundo Carina, muitas vezes, as situações de estresse têm início dentro de casa, com a sensação de isolamento, a exposição a ruídos, como buzinas e alarmes, presença de pessoas estranhas, restrição de espaço e temperatura inadequada e, até mesmo, a exposição a ambientes com os quais os animais não estão habituados. Sedentarismo e obesidade também aumentam os riscos de doenças cardiovasculares nos animais, principalmente quando associados a condições de estresse.
A edição 2.073 do Boletim UFMG, que circula nesta semana, traz matéria sobre a pesquisa.