A presença feminina em espaços de poder no Brasil ainda é ínfima; seja em cargos políticos, no comando de grandes empresas ou em posições de produção de discurso, as mulheres continuam à sombra da imagem masculina. 

No campo do audiovisual, por exemplo, essa estrutura se repete. De acordo com pesquisa da Agência Nacional do Cinema (Ancine), em 2016, as mulheres dirigiram apenas 21% das produções cinematográficas. Ainda de acordo com a Ancine, esse número nunca ultrapassou os 25%. 

É nesse contexto que se insere a iniciativa da pesquisadora Ana Heloiza Pessotto, que trabalha na criação de um aplicativo para reunir a produção audiovisual feita por mulheres no Brasil: trata-se do aplicativo A CineastA. Nesta quinta-feira, 26, ela falou sobre o projeto com o programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa.

"Entre quem está nas universidades, estudando audiovisual, as mulheres são maioria. Entre as pessoas que estão inseridas nas produtoras, também está bem equilibrado. Mas quando você vê quem está dirigindo as obras a diferença fica muito grande. Há muito mais homens nesse cargo de liderança, que define qual vai ser a estética e o direcionamento do filme", explicou Ana Heloiza.

As contribuições para o aplicativo A cineastA podem ser feitas até a próxima segunda-feira, 30. O lançamento do aplicativo está previsto para julho. Mais informações sobre o projeto podem ser consultadas no site do projeto.