As 6.309 vagas de graduação presencial oferecidas pela UFMG começaram a ser preenchidas nessa quarta, dia 12. Convocados na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) compareceram ao CAD 2, no campus Pampulha, para efetivarem o processo presencial de registro e matrícula e se tornarem oficialmente estudantes da UFMG. 

A tensão de candidatos e familiares na entrada do prédio contrastava com a felicidade e sensação de alívio dos estudantes na saída, ao fim da matrícula. Tradicionalmente, os calouros são recepcionados informalmente por veteranos das atléticas e diretórios acadêmicos e pela já tradicional Fila da Alegria, transmitida pela Rádio UFMG Educativa.

Matriculado em Química, Caike de Oliveira sempre teve a UFMG como primeira opção para realizar o ensino superior. “Durante o ensino médio, participei de algumas edições da Mostra de Profissões da UFMG, o que me ajudou a ter clareza para decidir o curso", disse. Além do evento promovido pela Universidade, outros fatores foram importantes nessa escolha. 

“Na fila para ser atendido, a ansiedade é intensa, e o coração bate mais rápido, mas a acolhida dos veteranos proporciona um sentimento muito bom para essa nova fase das nossas vidas”, afirma o calouro. Na recepção, os veteranos dão boas-vindas aos novatos, oferecem dicas e tiram dúvidas sobre o curso e sobre a Universidade.

De Honduras
Recém-matriculada em Fonoaudiologia, Eileen Herrera contou com a recepção não só dos seus colegas veteranos, mas também do time de vôlei da Fale com o qual já treinava há um ano. Eileen é hondurenha, e as amizades que fez durante o ano de preparação foram muito importantes para seu processo de adaptação ao Brasil. “Durante um ano, fiquei me preparando para o curso e aprendendo português. Estudava cinco horas por dia”, contou a estudante, que não ingressou pelo Sisu, mas por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação(PEC-G), firmado entre os ministérios da Educação e das Relações Exteriores e ao qual a UFMG aderiu.

André Lucas Lopes encontrou outros obstáculos pelo caminho até realizar a matrícula. “Eu trabalhava e estudava. Apesar da tensão, do cansaço e dos atrasos no Sisu, no fim, deu tudo certo” relata, com alívio, o calouro de Ciências do Estado. Nascido em Belo Horizonte, André Lopes escolheu estudar na UFMG não só pela questão da proximidade, mas também por considerá-la a melhor universidade do Brasil.

Para garantir a efetividade
Para candidatos cotistas, além do registro oficial, é necessário também passar pelas bancas de admissão. Os candidatos negros se submetem à Comissão de Avaliação Complementar à Autodeclaração Racial, enquanto pessoas com deficiência passam pela Banca de Verificação e Validação. Essas comissões são instrumentos adotados pela UFMG para garantir a efetividade das ações afirmativas. 

A UFMG destinou 3.157 vagas para cotistas e 3.152 para candidatos de ampla concorrência. De acordo com estudo da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), o número de estudantes autodeclarados negros ou pardos passou de 27%, em 2008, para 43%, em 2019. No mesmo período, o índice de ingressantes com renda familiar total de até cinco salários mínimos aumentou de 30% para 56%.

As matrículas dos calouros seguem até esta sexta, dia 14, no CAD 2, mas o processo de admissão continua. Os alunos que foram relacionados na lista de espera devem ficar atentos aos prazos para as próximas chamadas, que já começaram a ser divulgadas. A UFMG oferece 91 cursos, sendo 72 bacharelados, 18 licenciaturas e um superior em tecnologia, com 121 opções de entrada e 35% das vagas ofertadas no período noturno.