Pesquisa e Inovação

‘Aqui cada um faz o seu rolê’: pesquisa analisa organização dos blocos afro em BH

Tema do ‘Aqui Tem Ciência’, da Rádio UFMG Educativa, tese mostra como esses grupos atuam numa perspectiva de inclusão e valorização étnico-racial

Desfile do bloco Angola Janga em 2019, na cidade de Belo Horizonte
Desfile do bloco Angola Janga em 2019, na cidade de Belo Horizonte Foto: Mídia NINJA – CC BY-NC-SA 2.0

O renascimento do Carnaval de Belo Horizonte, na década de 2010, ocorreu em resposta à proibição do uso de espaços públicos na cidade. Um evento que emergiu da resistência popular, tão plural quanto os seus públicos e, ao mesmo tempo, tão singular no modo como é realizado, precisa integrar diferentes organizações ‒ como órgãos governamentais, empresas de turismo e os próprios blocos. 

Com foco nos blocos de rua, a pesquisadora Ana Flávia Rezende desenvolveu a tese Aqui cada um faz o seu rolê: práticas organizativas dos blocos de rua afro do carnaval de Belo Horizonte, sob orientação do professor Luiz Alex Silva Saraiva, do Departamento de Administração da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.

Com o objetivo de entender como os blocos afro da capital mineira funcionam, a autora acompanhou eventos, cortejos e reuniões públicas do Magia Negra e do Angola Janga. Na tese, a pesquisadora destaca como eles se integram a um projeto de valorização étnico-racial na cidade e mostra como o funcionamento dessas organizações é dinâmico e resiste aos desafios. 

A pesquisadora também comparou essas organizações aos blocos pioneiros em Salvador. De acordo com a análise, enquanto os blocos de carnaval baianos podem deixar a população negra à margem, por meio da separação de públicos pagantes e não pagantes, em BH a dinâmica é diferente: aqui, o carnaval “acontece” e é menos hierarquizado.

Ouça o programa.


Ana Flávia Rezende traçou comparativo entre blocos afro de BH e de Salvador
Ana Flávia Rezende traçou comparativo entre blocos de BH e de Salvador Acervo pessoal

Raio-x da pesquisa

Título: “Aqui cada um faz o seu rolê”: práticas organizativas dos blocos de rua afro do carnaval de Belo Horizonte

O que é: tese de doutorado que investiga como as práticas organizativas dos blocos afro de BH atuam na perspectiva de um projeto de valorização étnico-racial. A autora acompanhou os blocos de rua Angola Janga e Magia Negra e fez uma análise etnográfica sobre os processos organizativos dessas agremiações.

Pesquisadora: Ana Flávia Rezende

Programa de Pós-graduação: Administração

Orientador: Luiz Alex Silva Saraiva

Ano da defesa: 2022

O episódio 129 do programa Aqui tem ciência tem produção de Laura Silva, edição e apresentação de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM e no site da emissora às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.