Tradição reinventada ou mercantilização? Café Controverso debate carnaval de BH
Espaço do Conhecimento também abrigará sessão de clube de leitura e exibição de animação infantil
Um debate sobre a história e o futuro do carnaval em Belo Horizonte será realizado no Café Controverso deste sábado, 21, a partir das 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. A programação de fim de semana do museu inclui clube de leitura de ficção científica e exibição de animação infantil.
No contexto de embate entre novos e antigos costumes, quais são as potenciais formas de diálogo entre a população e o poder público? É possível uma conciliação com os interesses de marcas e produtos? Essas serão algumas das questões postas no debate Carnaval de BH: reinvenção da tradição ou mera mercantilização?, que reunirá Guto Borges, músico e mestre em História pela UFMG, e Paola Codó, arquiteta e urbanista da Prefeitura de Belo Horizonte e mestre em Arquitetura pela UFMG.
Antes mesmo da inauguração de Belo Horizonte, os trabalhadores que construíram a nova capital organizaram o primeiro carnaval da cidade. De lá pra cá, muitos foram os blocos, concursos, desfiles, batalhas de confetes e lança-perfumes que ganharam ruas e avenidas. Se a década de 1990 marca o esvaziamento da festa em razão do desgaste das escolas de samba e questões políticas, 2009 é visto como o ano de sua retomada.
Com bandeiras que defendiam o uso democrático do espaço público, a mobilidade urbana e o respeito às diferenças e à diversidade, o carnaval ressurge intrinsecamente aliado aos movimentos sociais, afirma Guto Borges, que participou ativamente dessa retomada. “No primeiro momento, houve muita resistência da Prefeitura. Mas, com o crescimento do carnaval, com multidões participando, o poder público começa a entrar no evento adotando uma lógica de mercado, investindo em publicidade de turismo e fechando acordos com grandes empresas, de forma pouco criativa”, destaca.
Públicos muitos grandes, necessidade cada vez maior de infraestrutura e de diálogo entre múltiplos interesses se tornaram as principais marcas da folia belo-horizontina. Para Paola Codó, é preciso ter cuidado para atender às demandas dos diferentes públicos. “Carnaval democrático tem de ser para todos. Não é só reinventar a tradição, mas também há mercantilização, luta política e quem só quer diversão. Precisa ser democrático também para quem não gosta de carnaval e quer se locomover pela cidade”, afirma Paola, que desenvolveu sua dissertação de mestrado sobre o evento.
Eu, robô
Também no sábado, às 19h, o Clube de Leitura de Ficção Científica promove um debate inspirado na obra Eu, robô, do russo Isaac Asimov. Ao abordar leis da robótica, a obra lançou nova perspectiva sobre as máquinas e tornou-se um marco. Na atividade, os participantes discutirão o surgimento de mundos em que os robôs sejam uma realidade. Fonte de inspiração de escritores e diretores de cinema, a convivência com os robôs é um tema que ronda a imaginação humana no mundo moderno.
Os interessados em participar da atividade devem enviar e-mail para conhecimento.monitoria@gmail.com. A classificação indicativa é de 12 anos. A participação é gratuita.
Guardiã dos pesadelos
A adolescente Erin, de 15 anos, tem uma grande missão: ela é a guardiã dos pesadelos e precisa purificar os sonhos ruins que escapam para o mundo humano. Dia e noite, sem descanso, a personagem vive muitas aventuras, que são retratadas no curta-metragem infantil Diário de areia, de Sarah Guedes e Isadora Morales. O filme será exibido no Espaço do Conhecimento UFMG, na tarde de domingo, 22, às 15h.
Produção de ex-alunas do curso de Cinema de Animação da UFMG, o curta foi exibido neste ano no Anima Mundi, festival dedicado ao gênero. A sessão conta com participação de Sarah Guedes, que falará sobre o desenvolvimento visual do desenho e os desafios dos processos de animação. A classificação indicativa é livre, e a participação, gratuita, mediante retirada de senha na recepção.
O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700, no bairro Funcionários.