Saúde

Saúde masculina é tema do próximo Café Controverso

Atividade no Espaço do Conhecimento UFMG integra movimento Novembro Azul

Homens têm resistência a procurar serviços de saúde
Movimento Novembro Azul alerta sobre cuidados com a saúde do homemMinistério da Saúde

Neste sábado, 24, às 10h, a professora Cassandra França, do Departamento de Psicologia, e o andrologista Reginaldo Martello, do Hospital das Clínicas, vão discutir singularidades da saúde masculina em edição do Café Controverso: Saúde em Pauta, no Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade, 700). O evento é gratuito e aberto ao público, que pode participar com perguntas.

A atividade integra o movimento Novembro Azul, que ficou marcado por alertar homens ao redor de todo o mundo para a prevenção do câncer de próstata, mas vai muito além. Doenças crônicas, saúde mental, sexual e reprodutiva também são abordadas pela iniciativa.

Desde 2009, o Ministério da Saúde mantém projeto para ampliar o bem-estar físico, mental e social da população masculina: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). Segundo dados do IBGE, os homens correspondiam, em 2017, a 48,4% dos brasileiros.

Ao falar sobre a especialidade médica responsável pelos cuidados com o homem, Reginaldo Martello explica que a urologia cuida do trato urinário de homens e, também, de mulheres. Sua subespecialidade, a andrologia, atende, exclusivamente, a população masculina. Martello, que desempenha as duas funções e é membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, esclarece que o andrologista trata do aparelho reprodutor masculino, dando atenção a problemas que atingem todas as idades, como disfunção erétil e ejaculação precoce.

Preconceito
De acordo com o Ministério da Saúde, os homens correspondem a 68% das mortes entre pessoas de 20 a 59 anos e também adoecem mais. Para Martello, que atua do Serviço de Urologia e no Setor de Reprodução do Hospital das Clínicas da UFMG, existe um preconceito específico em relação ao exame de toque retal, procedimento que diagnostica o câncer de próstata.

A resistência em buscar um profissional da saúde, no entanto, vai além das reservas em relação ao exame de toque – para muitos homens, procurar um médico é demonstração de fraqueza, acredita Cassandra França. A professora comenta que essa situação é resultado de uma cultura machista, que não admite demonstração de afeto e de sofrimento por parte dos homens. “São muitos os tabus que envolvem a virilidade. Desde pequenos, eles são criados para não chorar”, completa.

Alice Sá / jornalista do Espaço do Conhecimento UFMG