Carta consubstanciada aprimora políticas afirmativas da UFMG
Adotado pela primeira vez neste ano, documento deve ser preenchido por calouros inscritos na modalidade de cota étnica
No registro acadêmico presencial que começa na manhã desta sexta-feira, 23, os candidatos que se autodeclararam negros (pretos ou pardos) devem apresentar, em formulário próprio, carta consubstanciada com os motivos que justificam sua autodeclaração e seu pertencimento étnico.
Em entrevista à TV UFMG, o pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis, Rodrigo Ednilson, afirma que a carta, adotada pela primeira vez, é um instrumento de aprimoramento da Política de Ações Afirmativas.
“Não existe um gabarito em que a Universidade defina o que o aluno precisa escrever, mas ele terá a oportunidade de refletir sobre o seu pertencimento e sobre os elementos que o fazem ser identificado como estudante negro”, explica Ednilson, que é professor da Faculdade de Educação e foi coordenador geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais do Ministério da Educação.
Segundo ele, não há previsão sobre a criação de comissão para a verificação das cartas no momento de seu recebimento. Contudo, se qualquer membro da comunidade fizer uma denúncia sobre essa autodeclaração, o estudante vai ser chamado para conversar, e seus documentos, incluída a carta, serão usados “para compreender melhor o caso”.
Direito
Rodrigo Ednilson ressalta que o estudante que ingressa pelos critérios de ações afirmativas “não precisa ter vergonha, porque a ação afirmativa é um direito para garantir o acesso à educação superior”. Também pondera que “ele não vai estar sozinho”, pois pode se aproximar dos diversos grupos de pesquisa, de estudos e coletivos de estudantes na UFMG, para “se fortalecer e se sentir cada vez mais pertencente a esta Universidade”.
Assista à entrevista: