Centenário da atriz Ruth de Souza e seu legado são tema de entrevista na Rádio UFMG Educativa
Primeira-dama negra do teatro abriu o caminho para gerações de artistas negros
O centenário da atriz Ruth de Souza, conhecida como a primeira-dama negra do teatro, foi celebrado nessa quarta, 12. Nascida no Rio de Janeiro em 1921, ela teve interesse pelas artes cênicas desde criança, passou a atuar profissionalmente aos 24 anos e não parou mais. Foi estrela de cinema, protagonista de novela e diva do teatro. Em 1954, foi nomeada como melhor atriz no Festival de Veneza pelo filme Sinhá Moça e foi a segunda atriz negra a protagonizar uma novela em A Cabana do Pai Tomás. Ruth de Souza morreu em 2019, aos 98 anos, vítima de uma pneumonia. Apesar de ter aberto o caminho para gerações de artistas negros, teve pouco destaque em comparação às atrizes brancas de sua geração.
Para homenagear o centenário dessa grande artista, o programa Noite Ilustrada desta quinta, 13, entrevistou o pesquisador Breno Lira Gomes, que foi curador da mostra “Pérola Negra: Ruth de Souza”, exposta pelo Centro Cultural Banco do Brasil em 2016. Ele contou do contato que teve com a artista e comentou vários momentos de sua carreira. Para o pesquisador, nunca é demais lembrar o legado da atriz. Gomes defendeu que a primeira-dama negra do teatro “precisa, a cada ano, ser lembrada e mostrar para cada geração que vai surgindo a importância que ela tem, principalmente para os atores e para as atrizes negras pelo fato dela junto com o Grande Otelo terem aberto as portas do cinema, do teatro e da televisão para que todos os atores e atrizes pudessem ter seu espaço, que não fossem meros coadjuvantes, meros participantes do cenário artístico aqui no Brasil”.
Produção: Maron Filho e Carlos Ortega, sob orientação de Luiza Glória e Hugo Rafael
Publicação: Alessandra Dantas