Centro Pedagógico recebe feira de colégios de aplicação e escolas técnicas
Mais de 180 trabalhos de 10 estados brasileiros estão expostos
O Centro Pedagógico da UFMG recebe, até a tarde desta quarta-feira, 23, a Feira Brasileira dos Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat). Em sua sétima edição, a mostra de trabalhos científicos desenvolvidos por estudantes da educação básica e da educação profissional e tecnológica reúne 189 projetos de dez estados brasileiros e um do Equador.
Projetos que abordam temas como ecologia e sustentabilidade se destacam no universo em exposição. O trabalho Aproveitamento do lixo eletrônico como ferramenta na promoção da aprendizagem, apresentados pelos estudantes Stanley Abrão e Thais Moreira de Bom Jesus do Amparo (MG), transformou materiais descartáveis em brinquedos como carrinhos automatizados e fomentou entre os alunos a discussão sobre o destino dado ao lixo e sobre o impacto no meio ambiente. “De acordo com pesquisas, apenas 20% do lixo eletrônico mundial é descartado e reciclado corretamente; os outros 80% são lançados na natureza”, lembrou Stanley. “O lixo eletrônico libera substâncias químicas que infectam a terra e atingem os lençóis freáticos, contaminando a água", explicou Thaís.
O descarte consciente também foi trabalhado por turmas da educação infantil. Grupo da Umei Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, produziu um painel com materiais que iriam para o lixo. A professora Miramar Araújo, que acompanhava as crianças, disse que o trabalho foi uma forma de integrar a sala de aula à realidade da comunidade externa, já que a Umei recebe, em boa parte, filhos dos trabalhadores da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) da região. O aprendizado, segundo ela, foi além da reciclagem como forma de gestão do lixo e passou pelo papel social da prática nos entornos da escola.
As pioneiras
Temas menos associados à ecologia também são destaque na feira. História, literatura, feminismo, comunicação e filosofia são alguns dos tópicos que despertaram o interesse dos jovens. As estudantes Mikaele Duarte e Vitória Bispo levaram de Contagem (MG) o projeto Pioneiras brasileiras, que busca lançar luz sobre as mulheres invisíveis da história oficial do Brasil. O aplicativo relata desde a trajetória de mulheres indígenas e africanas que lutaram contra o próprio extermínio e a escravização até figuras mais contemporâneas, dos séculos 20 e 21, como a cientista, política e ativista Bertha Lutz. O produto final, a ser lançado no Dia Internacional da Mulher em 2020, é um aplicativo que espalha as histórias dessas mulheres dos troncos aos frutos de uma árvore digital.
Esses e outros trabalhos seguem expostos até o fim da tarde de hoje. A partir das 16h, a feira será encerrada com a apresentação de resultados dos trabalhos premiados. A visitação é aberta ao público, e a entrada é gratuita.
A TV UFMG acompanhou outros trabalhos apresentados durante a Febrat nesta semana. Assista ao vídeo: