Cícero Starling e Luiz Machado assumem direção da Escola de Engenharia
Gestão quer fortalecer relação com o mercado e interação da graduação com a pós-graduação
Os desafios de dirigir uma unidade acadêmica centenária com 11 cursos de graduação e a mesma quantidade de programas de pós-graduação já são conhecidos do professor Cícero Murta Diniz Starling, empossado, na noite desta sexta-feira, 29, como diretor da Escola de Engenharia, tendo como vice o professor Luiz Machado. No cargo interinamente desde março, Starling fez, na solenidade, um balanço dos quatro anos de trabalho do mandato em que atuou como vice-diretor (2014-2018) e externou o compromisso de defesa incondicional do ensino gratuito e de qualidade.
O professor Alessandro Fernandes Moreira, que deixou a direção da Escola de Engenharia para assumir o cargo de vice-reitor, destacou a competência e a dedicação de Cícero Starling às causas da Universidade. “Estou convicto de que temos na direção da nossa Escola uma dupla que não medirá esforços para manter a referência, a qualidade, a relevância e a excelência desta instituição”, disse.
A reitora Sandra Goulart Almeida externou um agradecimento especial ao novo diretor por sua lealdade, generosidade e espírito institucional, ao ceder à Reitoria o professor Alessandro Moreira antes mesmo do término do seu mandato, “mesmo que isso significasse um acúmulo de tarefas e uma responsabilidade adicional ao seu trabalho de vice-diretor”.
E acrescentou: “Tenho certeza de que o compromisso institucional e a justeza nas ações que modularam sua trajetória na UFMG marcarão de igual medida seu percurso institucional como diretor desta Escola, ao lado do professor Luiz Machado, a quem dou boas-vindas e cuja serenidade, capacidade de escuta e comprometimento institucional serão igualmente fundamentais para o sucesso da gestão que ora se inicia”.
A nova gestão, com mandato no período 2018-2022, foi saudada pela professora Maria Teresa Paulino Aguilar, que falou da trajetória pessoal e profissional dos dois professores. O coral da Escola de Engenharia se apresentou, sob a regência de Gabriel Gama, estudante da Escola de Música.
Cícero Starling enumerou as ações realizadas ao lado de Alessandro Moreira em 45 meses à frente da diretoria, “nas áreas de gestão administrativa, de recursos humanos, financeira e acadêmica e de inovação”. Citou o fortalecimento de projetos pedagógicos e de extensão social, as altas notas alcançadas pelos cursos de graduação no Índice Geral de Cursos, do Ministério da Educação, e destacou que, na última chamada de propostas para Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), em maio de 2016, a UFMG obteve 15 propostas recomendadas, sendo três delas coordenadas por docentes da Escola de Engenharia.
Metas
"Ao longo de mais de duas décadas de nossas vidas na Escola de Engenharia como docentes, Luiz e eu aprendemos, dialogamos, convergimos e participamos da história desta Escola centenária, que também nos formou como engenheiros", disse Starling, ao falar da nova gestão.
Para o professor, os próximos anos serão desafiadores, tendo em vista a redução do orçamento da educação e da ciência e tecnologia. "Desejosos de contribuir para reverter esta situação, também assumimos o nosso compromisso de defesa incondicional do ensino gratuito e de qualidade nas universidades públicas", observou.
Em seguida, Starling indicou as principais metas de trabalho do novo mandato em uma unidade acadêmica que, em sua opinião, “representa a essência da pluralidade, pelos seus cursos de graduação e programas de pós-graduação, diferentes departamentos e setores administrativos, além dos seus docentes e servidores técnico-administrativos e discentes com as mais diversas histórias de vida, expectativas, crenças e valores”.
Ao lembrar que “não existe pós-graduação de ponta sem uma graduação igualmente forte, devendo haver uma contínua integração entre ambas”, Cícero Starling anunciou que serão criados mecanismos de apoio para atualizações curriculares dos cursos de graduação, visando inovações pedagógicas que possam garantir uma formação em sintonia com as necessidades da sociedade. “Incentivaremos o protagonismo estudantil, buscando agregar continuamente aos cursos de graduação atividades acadêmicas que potencializem competências, tais como interdisciplinaridade, inovação tecnológica, empreendedorismo e responsabilidade social e ambiental”, acrescentou.
Também reafirmou a convicção de que a pós-graduação é um dos principais pilares para tornar a Escola de Engenharia um centro de excelência, em nível internacional. “Uma pós-graduação forte tem reflexos diretos na qualidade das nossas aulas de graduação e no impacto das atividades de pesquisa e desenvolvimento voltadas à inovação tecnológica, além da consequente formação de recursos humanos diferenciados”, enfatizou.
Ele também disse que a nova gestão pretende reforçar a interação da Escola com o mercado, ampliando a captação de projetos de pesquisa e extensão no cenário do novo marco regulatório em ciência, tecnologia e inovação, com os imprescindíveis suportes das fundações de apoio. “Também entendemos que as atividades de extensão devem ocorrer na forma de uma interação transformadora, em via de mão dupla, entre a Escola de Engenharia e a sociedade”, destacou o diretor.
Trajetórias
Cícero Murta Diniz Starling é graduado em Engenharia Mecânica pela UFMG, onde também fez mestrado e doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas. Professor efetivo em dedicação exclusiva do Departamento de Engenharia de Materiais e Construção (Demc) desde 1996, foi vice-diretor da Escola de Engenharia de 2014 a 2018. Chefiou o Demc por duas gestões. Foi vice-presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). Autor de mais de 120 produções técnico-científicas, tem 155 orientações concluídas.
Luiz Machado é graduado em Engenharia mecânica e em Física pela UFMG, mestre em Engenharia Térmica pela UFMG e doutor em Engenharia Mecânica pelo Institut National de Sciences Appliquées de Lyon (França). É professor do Departamento em Engenharia Mecânica (Demec) desde 1990. Coordenou o curso de graduação em Engenharia Mecânica por dois mandatos e integrou a Comissão Permanente de Autoavaliação da UFMG. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq – Nível 2, pelo Comitê de Engenharia Mecânica, Naval e Oceânica e Aeroespacial. Autor de 35 artigos publicados em periódicos, em sua grande maioria com Qualis A1 – Capes, e de mais de 70 artigos publicados em anais de congressos nacionais ou internacionais. Tradutor, em parceria com outros professores do Demec, de cinco obras destinadas ao ensino de engenharia, sendo três delas adotadas como livros-texto em disciplinas de graduação e pós-graduação.