Colóquio Universidade e Comunicação Pública discute memória institucional
Sexta edição do ciclo de debates, que reúne pesquisadores e gestores de comunicação das Ifes, será realizada de 2 a 4 de outubro
As estruturas de comunicação das universidades e dos institutos federais brasileiros são destacadas produtoras de informação e conhecimento em suas instituições. Com o passar do tempo, seus conteúdos vão se sobrepondo à realidade que buscam retratar e acabam se transformando em instrumentos de memória institucional, status que impõe novos desafios aos seus gestores. Como essa memória está sendo preservada? Como ela contribui para descrever a história de suas instituições?
Essas questões permeiam a sexta edição do Colóquio Universidade e Comunicação Pública, que reunirá na UFMG, de 2 a 4 de outubro, pesquisadores e gestores de comunicação das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). O tema Memória e instituição perpassa boa parte das atividades programadas.
O colóquio será aberto nesta quarta-feira, dia 2, às 19h, no Conservatório UFMG, pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, pela diretora do Centro de Comunicação (Cedecom UFMG), Fábia Pereira Lima, e pela diretora-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Maíra Bittencourt, docente na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Na sequência, o Cedecom lançará chamadas públicas para receber propostas de programas para as programações da TV UFMG e da Rádio UFMG Educativa.
Ainda na noite desta quarta, o reitor Ricardo Marcelo Fonseca, da Universidade Federal do Paraná, ministrará a palestra Historicidade, memória e universidade. A programação do primeiro dia será encerrada com o lançamento da coletânea Comunicação pública nas Instituições Federais de Ensino Superior, publicada pela Editora UFMG (leia retranca ao fim deste texto).
Inteligência artificial e desinformação
As atividades prosseguem nos dias 3 e 4, no auditório Carangola da Fafich. “A programação foi inteiramente pensada para promover a interação de nossas equipes, professores e pesquisadores da área e gestores das Ifes brasileiras”, pontua a diretora de Comunicação da UFMG, Fábia Pereira Lima, organizadora do Colóquio.
Na quinta-feira, às 9h, Maíra Bittencourt, da EBC, fará palestra com o tema Rede Nacional de Comunicação Pública e as universidades: expansão e desafios para memória, presente e futuro.
O tema da memória também permeia a palestra seguinte (Memória como gesto), às 11h, que será proferida pela professora Luciana Amormino, da UFMG.
Às 14h, o painel Inteligência artificial, desinformação e a construção de subjetividades no contemporâneo reunirá os professores Carlos Mendonça, Daniel Reis e Ricardo Fabrino, da UFMG, e Rennan Lanna, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O último dia do evento, 4 de outubro, é reservado para reflexões sobre as estruturas de comunicação das Ifes. Às 9h, na mesa sobre o Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais, serão discutidos temas como pesquisa em rede, relações institucionais, agência de notícias e radiodifusão. Na sequência, às 11h, estarão em pauta os desafios e as potencialidades da rede de assessorias de comunicação da UFMG. Uma troca de experiências sobre a construção de registros e a memória institucional encerra o evento, a partir das 14h.
Coletânea traça panorama da comunicação pública
Um abrangente panorama das estruturas e processos de comunicação nas universidades brasileiras está descrito no livro Comunicação pública nas Instituições Federais de Ensino Superior, que será lançado durante o evento pelo selo Incipit – Ciências Sociais Aplicadas da Editora UFMG.
A coletânea, que reúne 15 artigos de autoria de gestores e pesquisadores do campo da comunicação, trata de temas como contribuição das universidades para o desenvolvimento social, democracia e comunicação pública, desinformação científica e ataques às instituições democráticas, potência das mídias universitárias em rede e a comunicação na gestão de crises e imagem. O Cogecom foi tema de dois artigos – um traz um registro histórico de sua trajetória e o outro trata de desafios e da atuação em 2023.
Na apresentação da obra, Fábia Lima (UFMG), Ivanei Salgado (Unifal MG) e Maíra Bittencourt (EBC) explicam que a coletânea é desdobramento de dois eventos que marcaram a gestão do Cedecom: o Seminário de Comunicação, direcionado aos reitores, realizado na sede da Andifes, em dezembro de 2022, e a edição de 2022 do Colóquio Universidade e Comunicação Pública, promovido pelo Cedecom UFMG.
O prefácio da coletânea é assinado pela reitora Sandra Goulart Almeida, que integra a Comissão de Comunicação da Andifes. No texto, a dirigente da UFMG destaca o “trabalho primoroso” desenvolvido pelas assessorias de comunicação das universidades durante a pandemia de covid-19. Segundo ela, essas estruturas deram visibilidade à produção científica das universidades e atuaram “como veículos de informação confiável para toda a sociedade”. Sandra Goulart defendeu, ainda, que a capacidade de articulação e diálogo com a sociedade, tão evidente durante a pandemia, seja mantida e “explorada de maneira mais sistêmica e integrada". “Hoje sabemos que elas [as estruturas de comunicação] constituem a maior rede de comunicação pública da América Latina, um ativo valiosíssimo que só agora conseguimos dimensionar”, escreve a reitora.