Semana da Graduação valoriza experiências compartilhadas
Até amanhã, 154 trabalhos serão apresentados; novo formato propicia mais debate e participação mais intensa dos estudantes
Aberta na manhã desta quarta, 16, a 23ª Semana da Graduação veio com novidades que visam ampliar a participação da comunidade acadêmica. A principal mudança é que os projetos passam a ser apresentados em auditórios, e não mais na forma de pôsteres, como acontecia até a última edição. Isso criou mais possibilidades de debate, troca de experiências, e aumentou também a participação dos envolvidos nas iniciativas. São avaliados os resumos e a apresentação oral.
“Nossa intenção é valorizar a integração de projetos e programas e acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos programas de bolsas da Pró-reitoria de Graduação. A proposta é fazer avaliação formativa, apreciativa e processual, com o objetivo de explorar melhor o potencial dos programas de bolsas” explica João Henrique Amaral, diretor de Mobilidade, Estágios e Bolsas. Segundo ele, professores e estudantes vinculados aos programas insistiram na necessidade desse acompanhamento.
A pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira, destaca que as atividades da Semana integram, além dos estudantes e dos orientadores dos projetos, os servidores da Prograd que estão participando das bancas. “Isso aproxima a gestão das equipes que conduzem os trabalhos. Outro ponto importante é que as apresentações integram trabalhos de diferentes áreas, o que permite o diálogo entre eles e fomenta a inter e a transdisciplinaridade.”
Os 154 trabalhos serão apresentados até amanhã, em auditórios do CAD 3. Nove trabalhos serão premiados na cerimônia de encerramento da Semana do Conhecimento, na próxima sexta, 18.
'Também construímos conhecimento'
Os estudantes envolvidos nos projetos contaram que a experiência é enriquecedora. “Quando entramos na monitoria, pensamos que não temos nada a contribuir, que vamos apenas reproduzir o que está ali, que o que foi produzido já é o melhor. Afinal, somos alunos de graduação, os professores têm doutorado e tudo mais. Mas, à medida que entendemos nosso lugar como monitores, percebemos que também construímos conhecimento e que a nossa visão também é rica porque diz de onde viemos e como achamos que algo pode melhorar”, comentou Patrícia Félix, estudante do 10º período de Enfermagem e integrante do Programa de Monitoria do Departamento de Enfermagem Maternoinfantil e Saúde Pública.
Rodrigo Amaral, do 6º período de Artes Visuais, habilitação em Gravura, é monitor do Departamento de Artes Plásticas e relata que, como tem interesse na atividade docente, o programa de monitoria é fundamental. “Ele me tira do lugar de aluno para ocupar um lugar de docente. Começo a me preocupar com didática, organização da aula, material de suporte. Principalmente, quando um aluno traz questionamentos em que eu, na posição de aluno como ele, nunca pensei, minha noção e meu conhecimento daquela disciplina se ampliam. Trabalhar como monitor é fazer um laboratório para a atividade docente”, diz.
Uma das avaliadoras da Semana da Graduação, Fabiana Vargas é professora do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da Faculdade de Odontologia e coordena o projeto de extensão Odontologia para pacientes com Transtorno do Espectro Autista. Neste ano, ela avaliou pela primeira vez o Programa de Educação Tutorial (PET). “É importante conhecer as características e o potencial dos programas e, também, sair da nossa área de atuação para avaliar outras áreas”, afirmou.
De acordo com a professora, no processo de avaliação dos trabalhos, é possível perceber o quanto o PET impacta positivamente na própria formação do estudante e na comunidade, já que muitos deles se voltam para a comunidade. “Constatamos a importância da universidade pública não só na formação do aluno, mas na transformação social e nos benefícios para a população. Muitos desses fazem diagnóstico da situação da comunidade e, a partir daí, é possível conceber ações mais condizentes com o que as pessoas precisam.”