Ensino

Semana da Graduação valoriza experiências compartilhadas

Até amanhã, 154 trabalhos serão apresentados; novo formato propicia mais debate e participação mais intensa dos estudantes

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Rodrigo Amaral  em ação: trabalhos passam a ser apresentados em auditório Carol Carvalho / UFMG

Aberta na manhã desta quarta, 16, a 23ª Semana da Graduação veio com novidades que visam ampliar a participação da comunidade acadêmica. A principal mudança é que os projetos passam a ser apresentados em auditórios, e não mais na forma de pôsteres, como acontecia até a última edição. Isso criou mais possibilidades de debate, troca de experiências, e aumentou também a participação dos envolvidos nas iniciativas. São avaliados os resumos e a apresentação oral.

“Nossa intenção é valorizar a integração de projetos e programas e acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos programas de bolsas da Pró-reitoria de Graduação. A proposta é fazer avaliação formativa, apreciativa e processual, com o objetivo de explorar melhor o potencial dos programas de bolsas” explica João Henrique Amaral, diretor de Mobilidade, Estágios e Bolsas. Segundo ele, professores e estudantes vinculados aos programas insistiram na necessidade desse acompanhamento.

A pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira, destaca que as atividades da Semana integram, além dos estudantes e dos orientadores dos projetos, os servidores da Prograd que estão participando das bancas. “Isso aproxima a gestão das equipes que conduzem os trabalhos. Outro ponto importante é que as apresentações integram trabalhos de diferentes áreas, o que permite o diálogo entre eles e fomenta a inter e a transdisciplinaridade.”

Os 154 trabalhos serão apresentados até amanhã, em auditórios do CAD 3. Nove trabalhos serão premiados na cerimônia de encerramento da Semana do Conhecimento, na próxima sexta, 18.

Patrícia Félix:
Patrícia Félix: "dizemos como algo pode melhorar''Camila Bonino / UFMG

'Também construímos conhecimento'
Os estudantes envolvidos nos projetos contaram que a experiência é enriquecedora. “Quando entramos na monitoria, pensamos que não temos nada a contribuir, que vamos apenas reproduzir o que está ali, que o que foi produzido já é o melhor. Afinal, somos alunos de graduação, os professores têm doutorado e tudo mais. Mas, à medida que entendemos nosso lugar como monitores, percebemos que também construímos conhecimento e que a nossa visão também é rica porque diz de onde viemos e como  achamos que algo pode melhorar”, comentou Patrícia Félix, estudante do 10º período de Enfermagem e integrante do Programa de Monitoria do Departamento de Enfermagem Maternoinfantil e Saúde Pública.

Rodrigo Amaral, do 6º período de Artes Visuais, habilitação em Gravura, é monitor do Departamento de Artes Plásticas e relata que, como tem interesse na atividade docente, o programa de monitoria é fundamental. “Ele me tira do lugar de aluno para ocupar um lugar de docente. Começo a me preocupar com didática, organização da aula, material de suporte. Principalmente, quando um aluno traz questionamentos em que eu, na posição de aluno como ele, nunca pensei, minha noção e meu conhecimento daquela disciplina se ampliam. Trabalhar como monitor é fazer um laboratório para a atividade docente”, diz.

Uma das avaliadoras da Semana da Graduação, Fabiana Vargas é professora do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da Faculdade de Odontologia e coordena o projeto de extensão Odontologia para pacientes com Transtorno do Espectro Autista. Neste ano, ela avaliou pela primeira vez o Programa de Educação Tutorial (PET). “É importante conhecer as características e o potencial dos programas e, também, sair da nossa área de atuação para avaliar outras áreas”, afirmou.

De acordo com a professora, no processo de avaliação dos trabalhos, é possível perceber o quanto o PET impacta positivamente na própria formação do estudante e na comunidade, já que muitos deles se voltam para a comunidade. “Constatamos a importância da universidade pública não só na formação do aluno, mas na transformação social e nos benefícios para a população. Muitos desses fazem diagnóstico da situação da comunidade e, a partir daí, é possível conceber ações mais condizentes com o que as pessoas precisam.”

Carol Carvalho / Assessoria da Prograd