Comunicações de reitores da Argentina e China abriram seminário de internacionalização
O reitor Jorge Calzoni, da Universidade Nacional de Avellaneda (Undav), em Buenos Aires, Argentina, e o vice-reitor Chen Guangju, da Universidade Normal de Pequim (BNU), China, fizeram na manhã da última quinta-feira, 9, as primeiras comunicações do seminário internacional Tendências e desafios no ensino superior: Brics e América Latina em pauta, na UFMG. O evento foi promovido pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e pelo Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat).
Os representantes das universidades estrangeiras foram recebidos no auditório do Centro de Atividades Didáticas 2 (CAD2) pelo reitor Jaime Ramírez, pela vice-reitora Sandra Goulart Almeida, pelo diretor de Relações Internacionais, Fábio Alves, e pelo diretor do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat), Estevam Las Casas.
Na abertura do evento, Jaime Ramírez destacou a evolução do processo de internacionalização brasileira. “Historicamente, o Brasil sempre teve uma participação muito forte na América Latina, mas também soube construir relações com países da Europa, da Ásia, da África, e, mais recentemente, com os Brics”, comentou.
O reitor destacou o papel das instituições acadêmicas no estabelecimento dessas relações internacionais. “A universidade cumpre um papel muito importante nesse sentido”, disse ele, lembrando as relações de intercâmbio já existentes entre os países presentes no evento. “O Brasil, especificamente, vive um momento político de muitas mudanças. Em momentos como este, a Universidade precisa voltar-se para si e focar naquilo que sabe fazer de melhor”, pontuou.
Em sua exposição, Ramírez fez uma apresentação sobre a UFMG e sua trajetória de internacionalização para os representantes estrangeiros, citando, por exemplo, a estruturação dos cinco centros de estudos internacionais – destinados às culturas da África, da Ásia Oriental, da Europa, da Índia e da América Latina – existentes na Universidade.
O diretor Fábio Alves, por sua vez, demarcou um viés de evolução na trajetória de internacionalização da UFMG. “Temos um foco cada vez mais estratégico: a multilateralidade. Estamos deixando de trabalhar bilateralmente para trabalhar em rede. Isso nos permite ações mais robustas”, comemorou.
Argentina e China
Jorge Calzoni e Chen Guangju falaram na mesa-redonda Tendências e desafios no ensino superior: a cooperação com países do bloco Brics e a iniciativa Enlaces.
Calzoni abordou o estabelecimento do Espaço de Educação Superior na América Latina e no Caribe (Enlaces) como um avanço para a internacionalização da educação dos países dessas regiões e do caráter político desse processo. “A internacionalização da educação passa pela definição da educação como serviço, simplesmente, ou como um direito”, salientou.
Em sua fala, o reitor da Undav fez referência à situação política brasileira, anteriormente mencionada pelo reitor da UFMG, e comentou a não menos complexa situação atual da Argentina, que atualmente dispõe de um “governo de direita eleito democraticamente”. Nesse sentido, Calzoni afirmou esperar que as universidades latino-americanas, independentemente dos seus dirigentes políticos, consigam desenvolver ações de internacionalização da educação como políticas de Estado, e não de governos.
Calzoni mencionou, ainda, o caráter heterogêneo dos sistemas educacionais. “Nossos países têm sistemas educacionais muito distintos, mas isso não é ruim: Queremos a pluralidade, podemos crescer a partir dela”.
Chen Guangju traçou um panorama da Universidade Normal de Pequim. Na quarta-feira passada, 8, a UFMG e a BNU assinaram carta de intenções de cooperação com foco em estudos sobre educação e as relações no bloco Brics. A delegação liderada por Chen Guangju foi recebida pela vice-reitora Sandra Goulart Almeida.