Arte e Cultura

Conceição Evaristo fala sobre empoderamento feminino nesta terça

Palestra da escritora é um dos destaques da programação do Festival de Verão

Conceição Evaristo em participação no Latinidades – Festival da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha, realizado em Brasília, em 2013
Conceição Evaristo em participação no Latinidades – Festival da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha, realizado em Brasília, em 2013 Flickr Festival Latinidades / Wikimedia Commons

Nove em cada dez vagas oferecidas nas oficinas do 11º Festival de Verão da UFMG foram preenchidas. Enquanto essas oficinas são realizadas nas salas dos três equipamentos culturais da Universidade que sediam o evento, o miniauditório do Conservatório recebe, a partir de hoje, 21, duas palestras diárias sobre temas atuais, além de um espetáculo teatral. Todas as atividades são gratuitas.

A programação será aberta com a escritora e professora Conceição Evaristo, que falará sobre Vozes (in)audíveis: sussurros e gritos de mulheres negras. Na atividade, a autora de Ponciá Vicêncio vai apresentar “exemplos de falas afirmativas do sujeito mulher-negra em suas construções do poder-dizer. Sussurros e gritos ilustram a fala-corpo dessas mulheres, que em busca do poder-dizer entoam gemidos, sussurros, orações, blasfêmias, cânticos, discursos pedagógicos e políticos".

Sua abordagem abrange o empoderamento feminino, em especial o da mulher negra: os “sussurros e gritos” são “como signos de impertinência de um corpo-mulher-negra, que tendem a fraturar o corpo de uma fala oficial que se pretende modelar e única”, como descreve a escritora na sinopse de sua atividade.

A palestra de Conceição Evaristo começa às 10h. Na sequência, às 11h, o mesmo espaço recebe a palestra Ela postou, eu não vi: lógicas de visibilidade e invisibilidade em rede, que será ministrada por Joana Ziller, professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Em sua comunicação, Ziller vai discutir o modo de funcionamento da internet – em especial, das redes sociais – em seus “bastidores”, de forma a esclarecer como os algoritmos provocam o silenciamento de algumas narrativas, enquanto potencializam outras.

#Cortiço é uma montagem interativa que discute temas como homofobia, racismo e violência contra a mulher
#Cortiço é uma montagem interativa que discute temas como homofobia, racismo e violência contra a mulher Paulo Lacerda

Atrações culturais

O espetáculo teatral #Cortiço será encenado a partir das 19h no Centro Cultural UFMG. A montagem é resultado da última edição do curso técnico em arte dramática do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da Fundação Clóvis Salgado. Quinze atores transitam entre o Centro Cultural e a rua, encenando uma montagem interativa, na qual são abordadas temáticas como a homofobia, o preconceito racial e a violência contra a mulher.

A fachada digital do Espaço do Conhecimento exibe, das 19h às 23h, a segunda mostra da exposição fotográfica Universos (in)visíveis. Nesta terça, será projetada a produção Montação: a pluralidade da performance, resultado do trabalho de conclusão de curso dos alunos da UFMG Débora Nunes, Carol Morena e Elay Augusto, de Comunicação Social. A mostra focaliza drag queens durante o processo de construção de suas personagens.

Antes, às 15h30, o Espaço do Conhecimento sedia nova edição da visita guiada Corpo e percepção sonora no espaço. A atividade será repetida nesta quarta e quinta-feira, no mesmo horário. Nela, o visitante, de olhos vendados, é guiado e também guia alguém pelo museu, de forma a experimentar as suas exposições por outros sentidos, que não a visão. A participação na atividade é gratuita.

Produção
Produção "Montação: a pluralidade da performance" focaliza universo das drag queens Divulgação