Conflito atual entre Israel e palestinos: especialista em Oriente Médio explica razões e origens
Professor da PUC Minas Danny Zahreddine defende que a pacificação depende dos EUA adotarem uma posição de respeito às resoluções das Nações Unidas, estimulando Israel no caminho da paz
Por gerações, o conflito que atinge a Faixa de Gaza e Israel tem marcado e ceifado vidas de palestinos e israelenses. Judeus e muçulmanos, por mais de um século, lutam para dominar a faixa de terra entre o Mar Mediterrâneo e o rio Jordão. Os desentendimentos tiveram origem há quase 100 anos e envolvem caráter religioso e político. Em Jerusalém, os locais sagrados dos dois grupos religiosos são geograficamente muito próximos, localizados em bairros vizinhos. Após semanas recentes de tensões, conflitos entre judeus e mulçumanos começaram a ocorrer em várias cidades israelenses e, na noite da última segunda-feira, dia 10, eclodiram ataques aéreos que continuaram ao longo da semana.
Nesta sexta-feira, 14, Israel enviou tropas para a região da fronteira com a Faixa de Gaza e passou a bombardear o território palestino de perto. Entre os motivos de atrito estão o ‘dia de Jerusalém’, um possível despejo de famílias palestinas em Sheikh Jarrah, bairro de Jerusalém Oriental, e tensões durante o Ramadã. As forças armadas de Israel afirmaram que os ataques desta semana foram maiores que em 2014 e que bombardearam Gaza mais de 600 vezes. Até agora, já foram contabilizadas 119 mortes de palestinos, 8 israelenses e mais de 800 feridos.
Para explicar os conflitos na região, o programa Conexões desta sexta-feira convidou o professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Oriente Médio e Magreb (GEOMM), Danny Zahreddine. O pesquisador detalhou as origens dos desentendimentos entre israelenses e palestinos e os motivos do atual recrudescimento da violência na Faixa de Gaza e outras regiões de Israel. O professor afirmou ter esperança na pacificação e destacou a importância dos EUA nesse processo. “Isso pode acontecer quando os Estados Unidos tomarem uma posição de força e de respeito às resoluções das Nações Unidas, estimulando Israel no caminho da paz, e quando as autoridades palestinas decidirem, numa política conjunta, restabelecer seus laços internos e negociar com os israelenses, com as Nações Unidas e com os Estados Unidos.”, argumentou.
Produção: Flora Quaresma, sob a orientação de Luiza Glória
Publicação: Alessandra Dantas