Extensão

Criançada faz a festa na 24ª edição do 'Domingo no campus'

Atividades mesclaram diversão e aprendizado

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A 24ª edição do evento recebeu público estimado em 1,5 mil pessoasFoto: Jebs Lima | UFMG
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Natália Monteiro: crianças se apaixonando pela UniversidadeFoto: Jebs Lima | UFMG

O dia das crianças foi celebrado no sábado, 12 de outubro — e, na esteira das comemorações, a 24ª edição do Domingo no campus teve sua programação especialmente dedicada aos pequenos. Com público estimado em 1,5 mil visitantes, o evento foi abrilhantado pela presença maciça da criançada nas oficinas e brincadeiras que coloriram a paisagem da UFMG na manhã de ontem, dia 13.

Moradora do bairro Planalto e contumaz frequentadora do evento, Natália Monteiro conhece e divulga o Domingo no campus para primos, irmãos e vizinhos. Dessa vez, ela trouxe cinco crianças, entre familiares e amigos. “É importante que as crianças tenham contato com a universidade, onde, daqui a pouco tempo, poderão ingressar como alunos. Assim, já vão se familiarizando e se apaixonando. Eles ficam deslumbrados com a beleza do campus. É como se estivessem num outro mundo, bonito e imenso. As pessoas devem ver a universidade como um espaço público, do qual podem se apropriar”, filosofou, enquanto se esforçava para conter a correria dos pequenos. 

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Luiz, de 11 anos, aprendeu a caminhar de olhos vendadosFoto: Jebs Lima | UFMG

Um deles é o Luiz, de 11 anos, que, na oficina Conectando sentidos: inclusão e acessibilidade, teve que aprender a percorrer um trajeto de piso tátil com os olhos vendados. “É difícil para as pessoas que não enxergam, mas acho que, com o tempo, dá para acostumar e aprender. No começo estava bem difícil”. 

Ali por perto, na atividade A patrulha da segurança dos alimentos contra os vilões da cozinha, a pequena Bárbara, de 7 anos, mostrou que estava atenta às lições: “Comer verdura faz bem, mas a Coca-Cola só pode beber pouquinho, porque contém muito açúcar”. Ministrada pela professora Flávia Custódio, da Faculdade de Farmácia, a atividade oferece abordagens diversas, conforme a idade do público, e os temas explorados variam desde a higienização das mãos até as técnicas para produzir queijo. "Temos dinâmicas muito acessíveis para os mais novinhos, como jogos de tabuleiro e história em quadrinhos para colorir. Durante a atividade, vamos conversando para passar informações e também entender o que elas já sabem, como está o nível de comunicação com as escolas e com os pais. Então, é uma troca interessante", comentou.

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Integrantes do projeto 'Explorando os desafios da alimentação saudável', coordenado pela professora Tânia MaraFoto: Jebs Lima | UFMG

As estudantes Fernanda Amorim, do curso de Odontologia, e Ana Cláudia Pereira, da Medicina, ministraram a oficina Explorando os desafios da alimentação saudável, para o público infantil. Elas integram projeto de extensão coordenado pela professora Tânia Mara, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). “Na dinâmica do verdadeiro ou falso, o mais legal é ver o espanto das crianças diante da quebra de paradigmas. Existe, por exemplo, o mito de que, ao engolir o chiclete, ele vai colar no intestino ou vai ficar durante sete anos dentro do estômago. Outra história bem antiga diz que ingerir leite com manga faz mal. A gente desmitifica essas coisas, e as crianças se interessam”, conta Fernanda.

Integrado por acadêmicos de diversas áreas, o projeto existe desde 2005 e promove intervenções pedagógicas em escolas da cidade, a fim de esclarecer, também, sobre o consumo de alimentos ultraprocessados. “Existe uma epidemia de obesidade que cresce por conta desse tipo de consumo. Vamos às escolas para incentivar a alimentação saudável e, como consequência, tentar prevenir a obesidade infantil. A gente vai adequando nossas atividades conforme a idade do público”, completa Ana Cláudia. 

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Carlos Moreira: jogo descompromissadoFoto: Jebs Lima | UFMG

Técnica e estratégia
O professor Carlos Moreira, do Departamento de Matemática do ICEx, ministrou aulas de esgrima para crianças e adolescentes. Ele participa da turma de esgrima na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), que oferta uma disciplina optativa. “Em Belo Horizonte, temos alguns grupos que praticam esse esporte de maneira consistente, seja participando de competições ou somente de maneira recreativa”. 

Carlos Moreira explica que se trata de um esporte muito técnico e estratégico, que demanda aproximadamente oito anos de prática para que o atleta possa atingir o ápice técnico. “Para quem pratica pela primeira vez, é preciso ter mais cuidados, limitar um pouco as ações. Aqui usamos bisnagas de EVA no lugar das espadas, para jogar mais descompromissado, sem nenhum tipo de proteção. Se for usar espadas de plástico, as máscaras são necessárias. Nas competições usamos espadas de metal, que eu também trouxe para mostrar”, explica o professor.

Entre os praticantes que duelaram durante a atividade, os mais entusiasmados eram a servidora aposentada Terezinha Furiatti e seu neto Pedro, de oito anos. “Eu já jogo futebol e nado. Agora estou gostando de conhecer a esgrima”, disse o garoto.

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A aula de esgrima foi uma das mais prestigiadas atividades do 'Domingo no campus' Foto: Jebs Lima | UFMG

Durante a oficina É matemática e é divertida!, o estudante de Engenharia Lucas Pimenta apresentava uma dinâmica em que conseguia “adivinhar” o dia do aniversário dos participantes usando propriedades matemáticas. O outro instrutor, Gabriel Ferreira, explicou o funcionamento da atividade: "a gente tenta ensinar a matemática de um jeito um pouco diferente; uma forma mais lúdica, com jogos que usam raciocínio lógico".

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Luan e Isabele com a mãe Daniele: matemática divertidaFoto: Jebs Lima | UFMG

Estudante de Física na UFMG, Aishã Bezerra é integrante da ONG Brigada de Animais Sem Teto (BastAdotar), que promoveu a Feira de Adoção de Cães e Gatos. Ela conta que todos os animais da feira foram resgatados das ruas. “Alguns dos gatos são portadores de leucemia, uma doença que não é transmissível para humanos nem para cachorros, mas somente entre gatos. Isso torna necessário um cuidado maior do dono, para impedir que o gato doente tenha contato com outros gatos". 

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Pró-reitores Carmen Vergara e Glaucinei Corrêa: sentido de pertencimentoFoto: Flávio de Almeida | UFMG

Objetivo alcançado
A pró-reitora adjunta de Extensão, professora Carmen Vergara, do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), participou de edições anteriores do Domingo no campus ministrando atividades no Museu da Matemática. Dessa vez, ela pôde percorrer toda a extensão do evento. “Estou achando fantástico ver toda a comunidade se apropriar do espaço da universidade, se sentir pertencente ao campus. É uma oportunidade fantástica abrir as portas para a comunidade aproveitar todas essas atividades de extensão. Tem para todos os gostos”.

O professor Glaucinei Rodrigues, da Escola de Arquitetura, participou do evento, pela primeira vez, na condição de pró-reitor de Extensão. Ele conta que, apesar de ter sido necessária a mudança de data, em razão da recente greve de professores e servidores, o Domingo no campus teve público muito satisfatório. “Uma pesquisa empreendida na edição anterior demonstrou que mais de 30% das pessoas que visitam o campus não são da comunidade da UFMG. O objetivo de atingir a comunidade externa está sendo alcançado. Os visitantes relatam que vêm para conhecer, se divertir, estar perto do verde, usufruir as coisas que a universidade oferece", disse ele.

DOMINGO NO CAMPUS - 13 DE OUTUBRO DE 2024

Matheus Espíndola