Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2017, um a cada seis idosos é vítima de algum tipo de violência. No Brasil, o Disque 100 — canal de denúncias do Governo Federal — recebeu mais de 37 mil registros de violações contra a pessoa idosa somente no ano passado. Os números representam um aumento de 13% em relação ao período anterior. Em média, foram 102 casos de violência contra o idoso por dia em 2018. Já em Belo Horizonte, de acordo com dados do Conselho Municipal do Idoso (CMI-BH), entre janeiro e agosto de 2019 houve 274 denúncias de violação. A negligência lidera o ranking, seguida pela autonegligência e violência financeira, em que 63% dos violadores correspondem aos filhos das vítimas. 

Nesse sentido, a secretária executiva do CMI-BH, Sandra Mallet, destaca o trabalho realizado em conjunto com os familiares para que qualquer tipo de violência seja evitado: ‘‘O Conselho não tem papel de polícia, ele não prende. Porém, ele deve fiscalizar e apurar quando uma denúncia é recebida para que sejam tomadas as medidas e intervenções necessárias, como a acolhida do idoso em instituições’’. Mallet destaca também a importância de um olhar acadêmico e técnico para novas políticas e ações, tal como o da UFMG, que tem assento permanente no CMI. A professora Sônia Soares, diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, ressalta que a Universidade conta com mais de 86 projetos, entre ensino, pesquisa e extensão, voltados para a saúde do idoso e o enfrentamento da violência. Segundo ela, esse diagnóstico evidencia um dos papéis primordiais da Universidade, o de ‘‘contribuir em todos os sentidos com a sociedade e com a formação de pessoas para transformar o país’’. 

Equipe: Leonardo Milagres (produção), Leonardo Milagres e Yves Vieira (reportagem), Ângelo Araújo e Antônio Soares (imagens), Marcelo Duarte (edição de imagens), Marcos Vinicius (videografismo), Jessika Viveiros (edição de conteúdo).