Efeitos da pandemia sobre adolescentes serão mapeados em pesquisa
Objetivo do estudo, que tem participação da UFMG, é identificar mudanças na rotina, nas relações, nas atividades escolares e nos cuidados à saúde
Realizada pela Fiocruz, em parceria com a UFMG e a Unicamp, a ConVid Adolescentes – Pesquisa de Comportamentos pretende verificar como a pandemia de covid-19 está afetando a vida dos adolescentes de 12 a 17 anos.
Por meio de questionário, que deve ser respondido mediante autorização dos responsáveis, serão mapeadas as mudanças nas atividades de rotina, relações com familiares e amigos, atividades escolares e cuidados à saúde. O estudo também pretende avaliar o estado de ânimo dos adolescentes brasileiros durante o período de distanciamento social.
A ConVid Adolescentes foi elaborada com base na leitura prévia de artigos científicos em que foram investigadas as experiências de outros países. Evidências sugerem que crianças e adolescentes em isolamento são fisicamente menos ativos, têm problemas de sono e pioram a alimentação e a aptidão cardiorrespiratória.
Para a professora Deborah Carvalho Malta, da Escola de Enfermagem, os resultados da pesquisa poderão contribuir para uma melhor compreensão dos impactos da quarentena e chamar a atenção dos gestores para a importância da adoção de políticas públicas de prevenção e promoção à saúde. “É fundamental ouvir os adolescentes sobre suas angústias e as mudanças em seus estilos de vida”, defende.
A pesquisa já cumpriu uma etapa relacionada aos efeitos do novo coronavírus na população adulta, que identificou o crescimento de problemas relacionados à saúde mental, sedentarismo e consumo de doces e gerou análise sobre a perda de renda dos idosos durante a pandemia.
As informações do questionário são confidenciais e não geram identificação. A realização da pesquisa foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para Seres Humanos (Conep), do Ministério da Saúde.