Em homenagem, UFMG renova compromisso com a cidade
Câmara Municipal promoveu reunião especial em comemoração aos 90 anos da Universidade
A estreita relação mantida entre a UFMG e a cidade de Belo Horizonte foi destacada em reunião especial realizada na noite desta quinta-feira, 14, na Câmara Municipal. A cerimônia reuniu o reitor em exercício, José Marcos Nogueira, o vereador Arnaldo Godoy, autor da proposta da homenagem, o vice-prefeito Paulo Lamac e dirigentes da Universidade.
“A UFMG é dona de um valioso aparato científico e tecnológico, um poderoso arsenal para a promoção do desenvolvimento de uma sociedade mais justa”, disse Arnaldo Godoy, ao justificar a homenagem. Ele também destacou que Belo Horizonte sempre “se apropriou da UFMG”, espaço de resistência permanentemente aberto aos movimentos sociais.
Na avaliação do vereador, a atual conjuntura brasileira exige novos movimentos de resistência. “Estamos diante de uma situação muito parecida com a vivida nos anos 1990, quando havia um projeto de privatização das universidades públicas. Querem precarizá-las e vendê-las a um preço aviltado para quem quiser comprar. Mas uma instituição como a UFMG não tem preço”, afirmou Godoy. Ele também defendeu que a sociedade se organize de forma coordenada para fazer frente ao que chamou de “golpe constitucional e midiático”.
O governador Fernando Pimentel foi representado na cerimônia pela secretária de estado adjunta de Casa Civil e Relações Institucionais, Mariah Brochado. “Estou aqui por obrigação de ofício. Mas venho com muito gosto, pois faço parte da comunidade da UFMG”, disse ela, que é professora da Faculdade de Direito.
O vice-prefeito Paulo Lamac disse que a UFMG é crucial para o desenvolvimento de Belo Horizonte. “BH tem grande dificuldade de demarcar suas vocações. Ela já foi a cidade dos bancos e da moda. Agora, demonstra grande potencial em áreas como computação e biotecnologia. E se temos esse reconhecimento, isso se deve, em grande parte, à excelência da UFMG”, afirmou Lamac, ex-aluno da instituição. O vice-prefeito também propôs que a UFMG aprofunde seus laços com a cidade “de modo que sua excelência transborde e ajude BH a retomar sua relevância”.
Histórias que se confundem
Em seu discurso, o reitor em exercício, José Marcos Nogueira, afirmou que a história de Belo Horizonte se confunde com a da UFMG, fundada 30 anos após a inauguração da nova capital de Minas. “Inúmeras são as parcerias estabelecidas entre a Universidade e a cidade, no passado e no presente, e elas contemplam praticamente todas áreas do conhecimento”, destacou.
Nogueira também apresentou alguns números da UFMG para ilustrar a relação com a cidade. "Nossa comunidade reúne cerca de 70 mil pessoas. Se considerarmos que cada integrante mantém relações próximas, familiares, com pelo menos quatro pessoas, isso equivale a 280 mil pessoas", estimou.
O próprio campus Pampulha, com seus 3,3 milhões de metros quadrados de área e predominância de vegetação, foi apontado por ele como um importante patrimônio da cidade: "Trata-se de um verdadeiro parque ecológico, um pulmão da cidade".
José Marcos Nogueira afirmou que a cerimônia é uma oportunidade para a UFMG “renovar os compromissos que tem com a população belo-horizontina, mineira e brasileira” e recorreu às palavras do seu primeiro reitor, Mendes Pimentel, no discurso de instalação da então UMG, em 1927, para reforçar o intento. “É esta a formidável responsabilidade que pesa sobre nós. Eu tenho a convicção profunda, anima-me fé robusta, de que os docentes mineiros e a juventude de minha terra não recuarão cobardemente do empreendimento que lhes é confiado”. E concluiu: “Posso dizer que nosso compromisso com a cidade é irreversível e, tenho certeza, se expandirá cada vez mais nos anos nos vindouros".
A TV UFMG também acompanhou a cerimônia. Assista ao vídeo: