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Em um ano, 4 milhões de pessoas foram empurradas para a fome na América Latina e no Caribe

Dados da ONU mostram que a insegurança alimentar já atingiu as cidades e famílias que nunca tinha passado por isso antes

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Fome não limita mais a grupos sociais que vivem na pobreza há muito tempo. pxhere.com/CC 0

A fome vem crescendo no mundo todo e, assim como o Brasil, a América Latina encara dados preocupantes. Mais de 4 milhões de pessoas foram empurradas para essa condição entre 2020 e 2021 na região. As informações são do relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2022 (SOFI), elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório pode ser acessado no site. Ao todo, são 56,5 milhões de pessoas com fome na América Latina e no Caribe. Analisando o cenário global, o documento mostra que existem 823 milhões de pessoas desnutridas no mundo. Mais da metade vive na Ásia, mais de um terço na África, enquanto a América Latina e o Caribe respondem por 7,4% desse total. Na região em que se encontra o Brasil, o documento destaca que cerca de 8% da população sul-americana encontra-se em situação de fome, mesma proporção da América Central, enquanto no Caribe o percentual é o dobro, chegando a 16%. O  Representante Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Julio Berdegué destacou que os números sugerem que o problema “não se limita mais aos grupos sociais que vivem na pobreza há muito tempo; a insegurança alimentar já atingiu as cidades e dezenas de milhares de famílias que não a vivenciavam antes”. Por fim, a FAO concluiu que o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de número 2, que é "acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura saudável", não será alcançado até 2030. Para completar, o órgão garante que não há dúvida sobre o retrocesso do mundo nos esforços para acabar com a fome. 

O programa Conexões conversou sobre as causas e a dimensão do problema com a professora doutora Ruth Guilherme, presidente da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), membra do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e professora de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. Na entrevista, a professora  falou sobre as políticas públicas para alimentação necessárias no combate à fome na região. Ela ainda abordou a importância da integração dos países para o enfrentamento da questão e a conclusão da FAO de que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 2 de "acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura saudável" não será alcançado até 2030. 

Ouça a conversa com a apresentadora Luíza Glória:

Produção: Laura Portugal, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória