As equipes Fórmula Tesla UFMG e Fórmula SAE UFMG, formadas por estudantes de graduação da Universidade, obtiveram destaque na 18ª Fórmula SAE Brasil, competição nacional que reúne equipes de diversas universidades brasileiras. A edição 2022 do evento ocorreu na primeira quinzena de agosto (9 a 15), em Piracicaba (SP). Ao longo de seis dias, milhares de estudantes de engenharia e de outros cursos de graduação que compõem as equipes competiram em uma disputa que envolve a construção de um protótipo tipo Fórmula, incluindo a etapa de planejamento, a concepção e a validação do projeto, além do desempenho do carro na pista.

A Fórmula Tesla UFMG ficou em 3º lugar na classificação geral, entre 19 equipes que apresentaram protótipos elétricos. Formada por 59 estudantes, de diferentes cursos da Universidade, quase todos estreantes na competição, a Tesla UFMG ainda conseguiu destaque nas categorias Apresentação, na qual atingiu nota máxima (100), terminando na primeira colocação, e Design, na qual ficou em segundo lugar.

Atual capitão da equipe, o estudante do 7º período de engenharia mecânica Eduardo Henrique Fernandes Fujii, 21 anos, mais conhecido pelos colegas como Dudu, integrou a equipe que competiu em Piracicaba e avalia o resultado obtido pela equipe como “excelente”, considerando que apenas um participante já tinha experiência em competições anteriores (o estudante de engenharia elétrica Rodolfo Villa Verde, capitão da equipe durante a disputa).

“É sempre bom se destacar numa competição nacional, que reúne equipes que desenvolvem protótipos elétricos em todo o Brasil. Nós tivemos um bom desempenho nas provas estáticas, especialmente na categoria de apresentação, na qual nosso trabalho foi classificado, pelos jurados, como uma das melhores apresentações da história da competição. Foi também a primeira vez que a equipe obteve nota máxima nessa categoria, o que é resultado de muito trabalho e da tentativa de toda a nossa equipe de promover e implementar inovações”, comemora Eduardo Fujii.

Aprendizado
O bom desempenho nas provas estáticas, porém, não se repetiu nas provas dinâmicas, onde a equipe enfrentou diversos problemas, muitos deles, segundo o atual capitão, decorrentes da inexperiência de boa parte dos membros em uma competição nesse formato. “Com a mudança quase completa da equipe, ocasionada em parte pela pandemia, muito conhecimento se perdeu, o que influenciou no resultado das provas dinâmicas. Tivemos alguns problemas, inclusive antes da competição, que poderiam ter sido evitados se os membros tivessem mais experiência”, avalia Eduardo Fujii.

Ainda assim, Fujii avalia a experiência como enriquecedora e espera resultados ainda melhores na próxima edição, já que a maioria dos integrantes deve seguir na equipe. “Acho que um dos principais ganhos é a experiência vivida ali. Tenho certeza de que todos vão levar esse aprendizado para a vida, já que uma competição como essa promove momentos de muita união, nos quais todos têm um foco comum, que é fazer a equipe ter um ótimo desempenho”, analisa.

Protótipos a combustão

Representante da Universidade na categoria de carros a combustão, a equipe Fórmula SAE UFMG, com 44 estudantes, inscreveu 20 para participarem ativamente da competição, todos eles estreantes no formato. Na classificação geral, a equipe ocupou a sexta posição, entre 40 times inscritos na 18ª Fórmula SAE Brasil. A equipe ainda venceu, com nota máxima (100), a categoria Apresentação e ficou em quarto lugar em Design. 

Outro destaque foi na categoria Enduro, em que, pela primeira vez na história da competição, a equipe da UFMG conseguiu completar o circuito, finalizando na quinta colocação. De acordo com o estudante do 8º período de engenharia mecânica Lucca Abreu, 23 anos, capitão da Fórmula SAE UFMG, o resultado obtido mantém a média histórica da equipe da Universidade na competição nacional.

“Ficamos muito felizes por completar o enduro, que é a prova que tem a maior pontuação. É também a que mais exige do carro, com maior quilometragem. Em sete anos de participação na Fórmula SAE Brasil, esta foi a primeira vez que a nossa equipe completou essa prova”, comemora o capitão.

Assim como a equipe de protótipos elétricos, a Fórmula SAE também enfrentou dificuldades com a renovação da equipe, ocasionada pela saída de membros antigos durante a pandemia. “Não havia ninguém com experiência prévia na competição, então a equipe ficou sem referência de algumas informações cruciais para a disputa. Tivemos alguns problemas nas inspeções mecânicas, que poderiam ter sido evitados com a experiência. Com isso, perdemos duas provas dinâmicas, cujos pontos poderiam melhorar nossa classificação geral”, avalia Lucca Abreu.

O capitão da equipe avalia a experiência na competição como “a mais rica possível”. “Num evento como esse, a gente tem contato com inúmeras outras equipes, com tantos outros estudantes, que estão fazendo projetos parecidos ou até diferentes, o que propicia muito aprendizado. O contato com os juízes, que são profissionais de alto nível na área de engenharia, é gratificante e enriquecedor. É um processo que gera muito amadurecimento para tomada de decisão, contribuindo para uma formação complementar que vai além daquilo a que temos acesso no curso”, comenta.

Equipes e competição
Criada em 2016, a Fórmula Tesla UFMG é composta de estudantes de graduação da Universidade, que atuam em cinco áreas: Administração, Dinâmica, Eletrônica, Estruturas e Powertrain. Os trabalhos são orientados pelo professor Braz Cardoso, do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da UFMG. O resultado completo da equipe pode ser consultado nesta planilha.

A Fórmula SAE UFMG foi criada em 2008, por estudantes do curso de engenharia mecânica. Os  trabalhos da equipe são orientados pelo professor Marco Túlio Corrêa de Faria, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia. O resultado completo da equipe está nesta planilha.

Organizada pela Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade, a Fórmula SAE Brasil teve sua primeira edição realizada em 2004. De periodicidade anual, a competição reúne mais de 1 mil estudantes, e as equipes mais bem classificadas ganham o direito de representar o Brasil em competições internacionais nos Estados Unidos.