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Exposição de desenhos de Portinari e poemas de Drummond sobre a obra de Cervantes abre comemorações dos 90 anos da UFMG

Desenho de Portinari que retrata cena de Dom Quixote
Desenho de Portinari que retrata cena de Dom Quixote

Será aberta, às 18h desta quinta-feira, 8, a exposição D. Quixote – Portinari e Drummond: releituras de Cervantes, no Espaço Expositivo do prédio da Reitoria, campus Pampulha. A atividade marca o início das comemorações dos 90 anos da UFMG, que serão completados em 7 de setembro de 2017.

Com originais e reproduções – ampliadas em painéis de 21 desenhos de Candido Portinari –, a mostra tem como tema O engenhoso fidalgo D. Quixote de La Mancha, obra-prima de Miguel de Cervantes. Cada desenho é acompanhado de glosa poética de Carlos Drummond de Andrade.

Organizada pela Diretoria de Ação Cultural (DAC), a exposição poderá ser visitada gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, até o dia 30 de novembro.

“A arquitetura dessa mostra desperta um olhar reflexivo e comparativo de como o artista e o poeta se inspiram e fazem uma releitura da grande obra de Cervantes", afirma o professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Belas-Artes (EBA), Fabrício Fernandino, curador da exposição.

Para a diretora de Ação Cultural da UFMG, Leda Maria Martins, os três artistas homenageados têm extraordinária importância estética e cultural. "Portinari foi um dos maiores artistas do século 20. Drummond, um dos maiores poetas do século 20. E Quixote, de Cervantes, é uma obra realmente fundamental, que inaugura a narrativa moderna", comenta.

Na mostra, será apresentado acervo de obras raras da UFMG associadas a Cervantes, e serão exibidos documentários sobre Portinari e Drummond. Haverá também projeção de uma coleção de gravuras do pintor, desenhista e ilustrador francês Gustave Doré, e exposição de esculturas de José Amâncio de Carvalho, professor aposentado da EBA.

Todas as obras se relacionam com o universo ficcional do romance de Miguel de Cervantes. O ano de 2016 também marca os 400 anos da morte do escritor espanhol.

Raridade
O exemplar da publicação D. Quixote: Cervantes, Portinari, Drummond foi doado à UFMG pelo professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) José Carlos Sebe Bom Meihy. A publicação data de 1978, quando a Editora Fontana, do Rio de Janeiro, imprimiu 1 mil exemplares.

Na obra estão reproduzidos todos os 21 desenhos de Portinari, cada unidade em seu tamanho original. Conforme informa o site do Projeto Portinari, o artista produziu os desenhos por encomenda da Editora José Olympio, com o objetivo de ilustrar os poemas de Drummond.

Reinvenção pelo lápis de cor
Todos os desenhos reunidos no volume foram feitos exclusivamente com lápis de cor. Esse foi o instrumento que Portinari passou a utilizar, após ser diagnosticada, em 1953, sua contaminação por pigmentos de tinta que continham metais pesados, como chumbo, cádmio e prata – o que acabou lhe causando uma hemorragia intestinal.

Candido Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, em razão dos efeitos da intoxicação pelo chumbo. Suas principais obras estão hoje expostas em salões nobres do Brasil e do mundo, como a sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, que abriga os painéis de Guerra e paz.

Selo e hotsite
Antes da abertura da exposição, haverá solenidade na Sala de Sessões da Reitoria para lançamento de hotsite com informações sobre as comemorações dos 90 anos e de selo que, durante os próximos 12 meses, vai ilustrar produtos informativos e de comunicação alusivos à programação.

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