Com cerca de 25 anos de carreira, a artista plástica Rosana Paulino foi voz única de sua geração em sua área de trabalho nos anos 90. Suas obras abordam, de forma crítica, temáticas sociais, étnicas e de gênero, que a colocaram como referência na arte contemporânea brasileira. Desde o ínicio dos seus estudos na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde se tornou bacharel em gravura, reparou que o ambiente acadêmico é moldado majoritariamente de forma ocidental, européia, branca e masculina, e isso se reflete na ausência de representatividade de pessoas negras em vários aspectos da vida do brasileiro e da história, principalmente na história das artes visuais.

Hoje doutora em artes visuais e especialista em gravura pela London Print Studio, Rosana Paulino viu suas produções ganharem visibilidade ainda em 1994, com a instalação Parede da Memória, composta por onze pequenos retratos do arquivo familiar da artista que, agrupados, no formato de grade, em diferentes combinações, transformam-se em 1.500 imagens. É possível observar nos trabalhos da artista o desejo por uma redenção simbólica, quando coloca em evidência fraturas existentes nas formas mais tradicionais de representar indivíduos marcados pela escravidão. Porém, seu foco principal é abordar a posição da mulher negra na nossa sociedade e a violência decorrente do racismo. Após exposições em importantes museus como o MAM e o Museu Afro-Brasil, em São Paulo, a Galeria dotART, em BH, recebe a mostra História Revisitadas, com várias criações da artista, incluindo algumas inéditas.

Rosana Paulino conversou com o programa Noite Ilustrada da rádio UFMG Educativa, nesta quarta-feira, 15.

A exposição Histórias Revisitadas, que estréia nesta quarta,15,  e fica aberta para visitação até o dia 6 de julho, na Galeria dotART - Rua Bernardo Guimarães, 911, Funcionários. Os horários de visitação são de segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h. Mais informações pelo site dotart.com.br.