Exposição 'Lembra: isto é rio' compartilha belezas e potencialidades das águas urbanas
Mostra, que será aberta no dia 5, nas grades do Parque Municipal, foi organizada por projeto de extensão homônimo da Escola de Arquitetura
No Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, estreia a exposição Lembra: isto é rio, com fotografias de André Carvalho, em exposição nas grades do Parque Municipal, centro de Belo Horizonte. Na abertura, às 17h, haverá uma visita guiada aberta ao público. O ponto de encontro é no Teatro Francisco Nunes. A visitação, aberta até 30 de junho, é gratuita, contínua e de fácil acesso à noite. Há pontos de iluminação em cada placa exibida.
Com fotografias de nascentes, cachoeiras, margens e matas do Ribeirão Arrudas, do Ribeirão da Onça e de seus afluentes, em Belo Horizonte, Contagem e Sabará, a exposição busca compartilhar belezas e potencialidades das águas urbanas e de seus cuidadores, muitas vezes invisíveis na cidade.
Cidades amiga das águas
A mostra é uma das ações do projeto de extensão homônimo, da Escola de Arquitetura da UFMG, que busca trazer para o debate público diferentes questões sobre imaginários e vivências com as águas urbanas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Devido a políticas urbanas equivocadas, muitas vezes, a água é vista nas cidades como sinônimo de enchentes ou esgoto. Mas os córregos, ribeirões e rios podem ser lugares de bem-estar, lazer e produção de saúde. É isso que essa exposição quer mostrar. A beleza das águas na cidade já é uma realidade. Só precisa ser bem tratada, principalmente pelo poder público. As fotos do André Carvalho convidam a conhecer uma realidade para sonharmos com uma cidade amiga das águas, em que possamos passar um domingo de sol na beira do Ribeirão da Onça", explica o professor Roberto Andrés, da Escola de Arquitetura e curador da exposição.
André Carvalho, artista convidado para expedição fotográfica pelos rios de Belo Horizonte, Contagem e Sabará, já realizou outros ensaios fotográficos em eventos com a temática das águas. Recentemente, ele estreou seu documentário Re-conciliar, que apresenta a luta comunitária em favor da preservação do Córrego Capão, na regional Venda Nova.
Sobrevivência dos cursos d'água
O fotógrafo André Carvalho partiu de sua casa, à beira do Córrego do Capão, em Venda Nova, ao encontro de pessoas que são referência de uma política ambiental praticada na lida cotidiana pela sobrevivência de cursos d'água. As regiões visitadas foram Cercadinho, Ferrugem, Capão, Acaba Mundo, Joões, Izidora, Onça, Arrudas, Brejinho, Maria Brasilina, Tamboril, Bom Jesus.
"Essa coleção de imagens convida a um mergulho demorado pelas experiências de cuidado e belezas existentes nesses territórios, com o intuito de extrapolar uma visão pessimista da água urbana, que a ressalta em suas precariedades, como sinônimo de água suja. Cuidar das bacias do Arrudas e do Onça é cuidar da saúde e do bem-estar da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas é também muito mais: é trabalhar para que água de qualidade e em quantidade seja entregue para o Rio das Velhas, para o Rio São Francisco e para os oceanos", informa o texto de divulgação.
O nome Lembra: isto é rio é uma referência à frase pixada pelo artista Comum nas vigas de concreto do canal do Ribeirão Arrudas, na região central de Belo Horizonte. Os registros fotográficos foram feitos entre o verão de 2023 e o outono de 2024. O evento de abertura integra a programação do Festival do Clima, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte.