Festival de Inverno começa sexta com foco no fomento da existência em comum
Toda a programação do evento é gratuita. Inscrição para residências, oficinas e jornada de estudos ainda pode ser feita pela internet
Com o tema coExistência – um dois nós, o 50° Festival de Inverno da UFMG começa nesta sexta-feira, 20, com solenidade no auditório da Reitoria, às 18h. A temática escolhida para a edição deste ano põe em cena a construção conjunta de novas possibilidades de existência comum e chama atenção para três tipos de conexões presentes na vida cotidiana: com a nossa vida interior, com os nossos semelhantes e com o mundo.
“O momento é de pensarmos o nosso coexistir, o existir junto, e de fazermos a reflexão sobre como concretizar essa convivência da diversidade, da pluralidade, num espaço comum, que é o espaço da nossa cidade e da Universidade”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. “Pensar essa coexistência – por meio das artes – é muito importante para nós”, reitera.
O evento segue até dia 28, sábado, com atividades em diferentes espaços da UFMG, em Belo Horizonte. Um espetáculo da MG Big Band marcará o evento de abertura, às 18h30, no auditório da Reitoria. Na oportunidade, também será inaugurada a exposição Clébio Maduro: obra gráfica, que reunirá 97 obras do professor da Escola de Belas Artes, considerado um dos mais importantes nomes da gravura no Brasil. A mostra será montada no saguão da Reitoria.
No plano artístico-cultural, o evento também contará com shows musicais, espetáculos teatrais e performances, além de concerto do Ars Nova-Coral da UFMG e de um show de samba da cantora e compositora Aline Calixto, que comandará a festa de encerramento. Toda a programação do Festival de Inverno da UFMG é gratuita e pode ser conferida no site do evento. A participação nas atividades artísticas não demanda inscrição.
Libelo contra o maniqueísmo
Para o professor Rodrigo Vivas, diretor de Ação Cultural da UFMG, a temática da coexistência representa um libelo contra as dicotomias, a polaridade e o maniqueísmo. “Nosso maior desafio, hoje, é o de nos relacionarmos com o outro, nos contaminar com o outro, ocuparmos o mesmo espaço da diferença. Em alguma medida, perdemos a capacidade de escuta”, diz o diretor, citando as redes sociais como ambientes onde “não existe diálogo e efetiva coexistência”. A temática visa justamente pôr em cena o desejo de se encontrar possibilidades de sobreposições e de contaminações que trabalhem na contramão desse quadro.
Com foco nessa existência em comum, o Festival deste ano contará com oito residências artísticas, modalidade já experimentada em edições do passado e retomada em 2017. Estão programadas residências sobre música, sonorização, captação de sons, comunicação, cinema, artes gerais, teatro e dança. Cada uma terá carga horária de 56 horas durante oito dias.
Uma novidade desta edição é a jornada de estudos À escuta de mundos possíveis: música, cenas, territórios, que vai promover reflexões sobre a relação entre a música e a cidade. A jornada será realizada no Conservatório, no dia 21, sob a coordenação de Lúcia Campos, professora da Escola de Música da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) e pós-doutoranda da Escola de Música da UFMG. O evento terá mesas-redondas, painéis temáticos e exibição de documentário.
Quatro oficinas estão programadas para esta edição: duas para crianças, uma para jovens e uma para a terceira idade. Elas serão ministradas no Centro Pedagógico, na Escola de Música e na Escola de Belas Artes, respectivamente. As conferências serão realizadas no Conservatório e trarão à UFMG a atriz, diretora e dramaturga Grace Passô, a diretora do grupo Oficcina Multimédia, Ione de Medeiros, o músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik e o artista plástico e ensaísta Nuno Ramos.
Para as atividades que exigem inscrição, como as oficinas, as residências e a jornada de estudos, o cadastro pode ser feito pelo site do evento até dia 20, sexta-feira. Além da direção geral de Rodrigo Vivas e artística de Mauro Rodrigues, a programação foi concebida sob a curadoria de Heloisa Faria Braga Feichas, Mário Alex Rosa e Patrícia Gomes de Azevedo.