Institucional

Frente parlamentar em defesa da ciência é lançada na Assembleia de Minas

Pesquisadores protestaram contra o bloqueio de recursos para as universidades e contra os cortes na Fapemig

Estudantes protestam durante a marcha contra o corte de recursos para a ciência
Estudantes protestam durante a marcha contra o corte de recursos para a ciência Daniel Protzner / ALMG

Professores, estudantes, pesquisadores e servidores técnico-administrativos de universidades públicas e institutos de pesquisa sediados no estado participaram nesta terça-feira, dia 7, da Marcha pela ciência – em defesa da Fapemig, que foi marcada pela realização de uma mostra científica e pelo lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, Pesquisa e Tecnologia, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Deputados, dirigentes universitários e pesquisadores debateram os cortes de recursos nos orçamentos das universidades federais brasileiras e em pesquisas científicas realizadas em Minas. A data foi denominada pela presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, deputada Beatriz Cerqueira (PT), como o “Dia da Educação no Parlamento” e simbolizou os eventos que não só foram pauta da Assembleia como também ocuparam o entorno da sede do Legislativo no dia de hoje. 

Os participantes da marcha saíram por volta das 13h, da Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte, e caminharam até o parlamento mineiro para acompanharem a reunião da Comissão de Educação, que lançou a frente parlamentar com a assinatura de 75 deputados.

Futuro em risco
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida se disse preocupada com os impactos em curto e médio prazos do bloqueio de 30% dos recursos das universidades federais, decisão que atinge as 12 instituições federais de ensino superior sediadas no estado. Ela chamou a atenção para a disseminação de informações falsas sobre as instituições de ensino superior e a produção científica, além do tratamento considerado por ela inadequado às áreas de ciências humanas. “Se formos destruídos por essas políticas, não haverá futuro para o país”, alerta.

Para o presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, o número de parlamentares que aderiram ao movimento é “alentador”. Ele afirma que os investimentos aplicados pelo Brasil na produção científica é baixo, mas que, ainda assim, “produzimos pesquisas de nível internacional”. Vilela também lamentou a suspensão das bolsas de iniciação científica, medida que a Fapemig se viu obrigada a tomar devido à redução dos repasses do Estado à fundação: “Vamos perder, assim,  futuros cientistas”.

Desde 2016, o Executivo tem repassado o montante de forma irregular. Com o agravamento da crise fiscal de Minas, a instituição suspendeu as bolsas já nos dois primeiros meses deste ano. Um dos objetivos da frente parlamentar é, justamente, buscar assegurar os valores referentes a 1% da receita ordinária corrente do Estado (aproximadamente R$ 300 milhões), que deve ser repassado em duodécimos (12 parcelas ao ano) à Fapemig, conforme artigo 212 da Constituição mineira.

Leia matéria completa sobre a manifestação de hoje publicada no Portal da Assembleia Legislativa. A TV UFMG também acompanhou a atividade. Assista ao vídeo:

Portal da ALMG