Com o tema Tempo é cérebro, o Hospital das Clínicas (HC) da UFMG promove, neste mês, campanha educativa alusiva ao Dia Mundial de Conscientização do AVC, celebrado no próximo domingo, 29 de outubro. O HC é hoje uma porta aberta para urgências neurológicas e uma das referências em AVC na rede pública de Belo Horizonte. Em caso de urgência, basta procurar o pronto-socorro do hospital.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), denominado popularmente derrame, é uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que compromete a oxigenação em alguma região do encéfalo (composto de cérebro, cerebelo e tronco encefálico), provocando lesões. Há dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando há o entupimento de vasos sanguíneos em alguma área do cérebro, e o hemorrágico, quando um vaso intracraniano se rompe. 

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde demonstram que, nos últimos anos, o AVC tem causado mais mortes no Brasil do que os infartos. 

Sinais de alerta
O atendimento em tempo adequado ao paciente com sintomas é capaz de reduzir o risco de morte e até mesmo de sequelas. Para que isso seja possível, é necessário que todos conheçam os sinais de alerta. Entre os mais comuns, estão fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração da fala ou da compreensão; alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação, no andar, tontura e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Três procedimentos são recomendados para identificar a possível ocorrência de um AVC: o primeiro é pedir à pessoa para sorrir e observar se a boca está torta. Em segundo lugar, a pessoa deve elevar os braços para que se verifique se um deles está fraco. Por último, deve-se pedir à pessoa para dizer uma frase ou cantar uma música e observar se há dificuldade de fala. Se houver esses sinais, é preciso chamar o Samu, pelo telefone 192.

“O paciente com AVC agudo deve fazer uma tomografia em, no máximo, 20 minutos após dar entrada no hospital, e o medicamento trombolítico deve ser dado em até uma hora. Todos os profissionais – da recepção, enfermagem, radiologia, farmácia e os clínicos gerais e neurologistas – são responsáveis por otimizar o tratamento e fazer com que o paciente seja atendido nesse prazo, que é importante para que ele tenha mais chances de se recuperar do AVC”, explica Elisa de Paula França Resende, neurologista do HC.

As limitações causadas pelo AVC dependem da parte cerebral afetada e do tamanho da lesão, incluindo alterações e/ou perda dos movimentos e da sensibilidade, alterações na fala, na compreensão, na maneira como a pessoa pensa ou sente o mundo ao seu redor. “O mais importante é a prevenção: controlar a pressão arterial, tratar o diabetes, interromper o tabagismo, manter dieta equilibrada e praticar atividades físicas regularmente”, completa a médica.

Fatores de risco e prevenção
O principal fator de risco para a ocorrência do AVC é a hipertensão arterial, seguida de arritmia cardíaca, diabetes, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Outros fatores estão relacionados à idade, etnia e herança genética. Alguns não podem ser modificados, como a idade e a constituição genética. Por outro lado, medidas como a adequação dos hábitos de vida diária são primordiais para a prevenção. É recomendado, por exemplo, não fumar, não consumir álcool, não fazer uso de drogas ilícitas, manter uma alimentação saudável e o peso ideal, beber bastante água, praticar atividades físicas regularmente, manter a pressão e a glicose sob controle.

Com o objetivo de trabalhar a conscientização de seus profissionais da assistência, o HC vai realizar, na segunda-feira, 30, das 15h às 16h30, uma live na plataforma Teams com o tema Campanha de conscientização sobre o AVC. Durante a atividade, serão abordados sinais e sintomas do AVC, avaliação pré-hospitalar, acesso ao serviço, tratamento e prevenção.

Rede Ebserh
O HC faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais. Todas essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.