De acordo com o último censo, divulgado em 2010, existem mais de 800 mil indígenas no País. Desses, 40% registrados em área urbana. A capital mineira tem 3.477 pertencentes a 18 etnias. Na região metropolitana da Capital de Minas vivem 7.979. Muitos desses brasileiros, no entanto, ainda lutam pelo direito à subsistência e de manter viva a sua cultura longe das aldeias; eles ainda são discriminados nas grandes cidades.

“Índios não são apenas aqueles que vivem no Xingu ou na Amazônia. Ser indígena é ter raiz, tronco, pertencimento” destaca a pataxó Célia Angohô. Em entrevista à TV UFMG, ela destaca a discriminação ocorrida nas cidades contra indígenas que para sobreviverem e manter o sustento, muitas vezes, precisam omitir suas raízes.  

CENSO

Após a Constituição de 1988, a categoria indígena foi reinserida nos censos demográficos depois de ter sido excluída dos levantamentos de 1970 e 1980. Neste contexto, diferentes etnias que vivem ou transitam pelas cidades ficaram mais visíveis a partir das estatísticas oficiais da década de 80.

As recentes estatísticas oficiais são instrumentos para estudos e dão visibilidade sobre os povos indígenas no Brasil, aponta o sociólogo da UFMG, Marden Campos, que coordena o Grupo de Pesquisa CNPq Demografia dos Povos Indígenas.  Campos, um dos organizadores do 9º Seminário Demografia dos povos indígenas no Brasil sediado na UFMG pela primeira vez em 2017, afirma que “não existe uma essência territorial indígena e que as cidades são espaços da diversidade e pluralidade”.

Entrevistados:
Marden Campos – Prof. Depto. Sociologia da UFMG
Célia Pataxó Angohô –Aldeia Agricultura – Coroa Vermelha –Bahia

Produção e reportagem; Soraya Fideles
Imagens: Cássio de Jesus
Edição: Marcia Botelho e Otávio Zonatto