Isolamento social deu resultado positivo na China
No último episódio de série da Rádio UFMG Educativa, virologista da Unesp explica como os chineses controlaram a pandemia e analisa as lições deixadas pelo país asiático
Enquanto países como os Estados Unidos e o Brasil assistem à escalada do número de casos de coronavírus, a China, nação onde a Covid-19 foi registrada pela primeira vez, parece ter controlado a epidemia. Os chineses, aos poucos e com muita cautela, começam a retomar algumas atividades econômicas. Mas isso só foi possível graças a um rigoroso isolamento social imposto pelo governo em locais como a cidade de Wuhan, epicentro da pandemia.
Esse é o tema do nono e último episódio da série Por que ficar em casa?. O professor de virologia João Pessoa de Araújo Júnior, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista de Botucatu, explica como o isolamento social e outras medidas, entre as quais o uso amplo de máscaras, ajudaram a conter a doença na China e por que a restrição de circulação de pessoas pode evitar que os médicos tenham que escolher quais vidas serão salvas.
A série Por que ficar em casa? tem nove episódios, nos quais nove cientistas de nove diferentes áreas apresentam as evidências que embasam as medidas de isolamento social como forma de contenção do coronavírus. No primeiro, o infectologista Carlos Starling falou sobre o impacto da Covid-19 sobre o sistema de saúde brasileiro.
No segundo episódio, o cientista político Eduardo Marques, da USP, mostrou por que as condições precárias de habitação no Brasil representam um entrave para o isolamento apenas dos chamados grupos de risco.
O tema do terceiro episódio, com a professora Deborah Carvalho Malta, da Escola de Enfermagem da UFMG, foi a alta incidência de doenças crônicas entre os brasileiros. Elas representam um fator de risco para infecção pelo coronavírus e é mais um motivo para que as pessoas fiquem em casa.
No quarto episódio da série, as lições da história. A professora Myriam Bahia Lopes, da Escola de Arquitetura, contou como a cidade de Leicester, na Inglaterra, conseguiu conter a epidemia de varíola no século 19 graças à medidas de higiene pessoal e isolamento social.
O quinto episódio tratou das consequências da demora na implementação de medidas de isolamento social na Itália. A entrevistada foi a professora Fernanda Cimini, do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG .
As projeções matemáticas foram o tema do sexto episódio da série com o professor do Departamento de Matemática da UFMG Ricardo Takahashi. Ele explicou o que indicam os números sobre a necessidade de adoção das medidas de isolamento social.
No sétimo episódio, o professor da UFVJM Douglas Sathler explicou por que a concentração da população em grandes cidades é um "prato cheio" para os vírus e falou sobre o risco de interiorização da doença.
A relação entre crianças e transmissão da Covid-19 foi o tema do oitavo episódio. A professora Cláudia Ribeiro de Andrade, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, que também faz parte do Grupo de Pneumologia Pediátrica no Hospital das Clínicas, falou sobre o risco que a volta às aulas, neste momento, representaria para a população e para o sistema de saúde.
A série Por que ficar em casa? teve apresentação de Camila Meira, produção de Camila Meira, Breno Benevides e Paula Alkmim, edição de Paula Alkmim e trabalhos técnicos de Breno Rodrigues.