Juca Ferreira aborda perspectivas culturais do Brasil no ciclo 'Futuro, essa palavra'
Conferência será realizada no Conservatório nesta segunda; o sociólogo é um dos autores de livro da Editora UFMG que descortina os 'mundos possíveis' proporcionados pelos diálogos de saberes
Depois de personalidades como Ailton Krenak, Davi Kopenawa Yanomami, Ana Lúcia Gazzola, Heloísa Starling, Frei Betto, Carmen Lúcia e Nilma Lino Gomes, o ciclo Futuro, essa palavra recebe o sociólogo Juca Ferreira na próxima segunda-feira, 12 de dezembro, às 19h30, no Conservatório UFMG, para uma conversa sobre A cultura na retomada da democracia.
Sociólogo de formação, Juca Ferreira teve sua trajetória profissional dedicada à vida política e às ações culturais e ambientais. Por mais de cinco anos foi secretário executivo do Ministério da Cultura, na gestão de Gilberto Gil. Em 2008, foi convidado a assumir o cargo de ministro, e ficou à frente da pasta até 2011. Foi reconduzido ao cargo em 2015 e permaneceu até maio de 2016.
Juca já havia sido secretário de Cultura do município de São Paulo; mais tarde, entre 2017 e 2019, foi secretário de Cultura de Belo Horizonte. Atualmente, Juca coordena a equipe de transição do governo federal na área.
O Conservatório UFMG fica na avenida Afonso Pena, 1.534, Centro, Belo Horizonte. Ali, a conferência A cultura na retomada da democracia será acompanhada do lançamento do livro Mundos possíveis: culturas em pensamento, da Editora UFMG, que traz um artigo do conferencista. O evento começa às 19h30 e é aberto ao público geral.
Mundos possíveis: cultura em pensamento
Organizado por Fernando Mencarelli e Mônica Medeiros Ribeiro, pró-reitor e pró-reitora adjunta de Cultura da UFMG, o livro Mundos possíveis é um produto do 52° Festival de Inverno da UFMG, realizado em 2020 em formato digital, em razão da pandemia de covid-19.
Os 21 capítulos da obra, de gêneros distintos, são assinados pelos participantes daquela edição do Festival – entre eles, o pensador Ailton Krenak, a professora emérita da Faculdade de Letras Eneida Maria de Souza, recentemente falecida, os poetas Ricardo Domeneck, Angélica Freitas e Ricardo Aleixo, o músico Roger Deff e o artista plástico Denilson Baniwa – além do próprio Juca Ferreira, que em seu texto reflete sobre a “grandeza e complexidade” da economia da cultura.
“Mundos possíveis: culturas em pensamento nos traz mundos alternativos, saberes plurais, diálogos cada vez mais necessários, pois, se aprendemos algo nesse processo doloroso de enfrentamento de uma pandemia, é que é preciso preservar, defender e celebrar a vida”, escreve a reitora Sandra Regina Goulart Almeida no prefácio da obra. Nele, a dirigente discorre sobre a importância de se fomentar uma cultura mais humanista para o futuro.
“É preciso enxergar outros mundos possíveis nos quais haja outras concepções de mundo e outros valores culturais, nos quais sejamos mais solidários, como pessoas, como instituições, como nações. Um mundo mais sensível – com mais empatia e abertura ao outro, a seu sofrimento inigualável –, como nossa responsabilidade ética de estar no mundo”, propõe a reitora.
“Este livro emerge da urgente necessidade de escutarmos o que o mundo está a nos dizer”, acrescentam os organizadores. “Vale lembrar que o mundo somos nós, nossas ações, culturas, o comum. Cabe, então, perguntarmo-nos: Como seguir sonhando outros mundos? Como praticar e promover a contínua transformação de si e do comum para que o então utópico possa corporificar-se e, com isso, talvez permitir novas utopias que mobilizem nossa caminhada?”
“Este livro sublinha nossa resiliência e nosso empenho em promover a coexistência dos saberes indígenas, artísticos e acadêmicos nas ações desta casa em momentos desafiadores, mas também de muitas esperanças por tempos melhores”, finaliza a reitora.
Livro: Mundos possíveis: culturas em pensamento
Organizadores: Fernando Mencarelli e Mônica Medeiros Ribeiro
Editora UFMG
260 páginas | R$ 30