Institucional

Laboratórios da UFMG poderão auxiliar nos testes de diagnóstico da Covid-19

Pesquisadores reuniram-se em videoconferência para traçar estratégias de apoio ao Governo Estadual

Flávio Fonseca (à direita) durante a reunião que foi realizada por videoconferência para evitar aglomerações de pessoas em mesmo ambiente físico, uma das recomendações para minimizar a disseminação do coronavírus
Os professores Flávio Fonseca (à direita) e Jônatas Abrahão, do ICB, durante a reunião realizada por videoconferência para evitar aglomerações em um mesmo ambiente, uma das recomendações para minimizar a disseminação do coronavírus Arquivo Pró-reitoria de Pesquisa

Na tarde desta quinta-feira, 19, mais de 30 cientistas da UFMG, incluindo pesquisadores da faculdades de Farmácia e Medicina, da Veterinária e do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), entre outras unidades, reuniram-se em videoconferência com o objetivo de traçar estratégias de apoio ao governo estadual no diagnóstico de casos suspeitos da infecção pelo novo coronavírus, a Covid-19.

Uma comissão com virologistas, imunologistas e outros especialistas coordenada pela Pró-reitoria de Pesquisa foi encarregada de fazer o levantamento dos equipamentos e insumos para diagnóstico já disponíveis nos laboratórios da UFMG, que poderão ser disponibilizados. “Certamente os laboratórios terão de se adaptar, especialmente em relação à viabilização de equipamentos de segurança e treinamento de técnicos que realizarão os testes. Tudo isso será alinhado com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), única responsável pelo procedimento até então em Minas Gerais”, observa o pró-reitor de Pesquisa, Mário Montenegro Campos.

Segundo o pró-reitor, de imediato, os equipamentos e insumos de que a Instituição dispõe são suficientes para a realização de dois mil testes, montante que, em seu entendimento, “desafogaria bastante a Funed”. Mário Campos acredita que é possível, posteriormente, aumentar a disponibilidade de kits de diagnóstico oferecidos pela UFMG, com vistas a realizar um número ainda maior de exames.  “Isso demanda grande esforço da instituição. Além de tempo e material, é necessário altruísmo das equipes, que estarão, em certa medida, expostas à infecção”, comenta o pró-reitor.

Rápida detecção
De acordo com o professor Flávio Guimarães da Fonseca, do Departamento de Microbiologia do ICB, o teste oferecido pela UFMG – o mais utilizado no mundo inteiro – é baseado na reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) e tem como vantagem a possibilidade de rápida detecção do vírus. Guimarães Fonseca integra o Comitê Permanente de Acompanhamento das Ações de Prevenção e Enfrentamento do Novo Coronavírus instituído pela Universidade para propor ações de contenção da pandemia.

Um dos participantes da reunião, o professor Gustavo Menezes, do Departamento de Morfologia do ICB, explica que a estrutura laboratorial do Centro de Biologia Gastrointestinal coordenado por ele tem plenas condições de contribuir com esse esforço. “Vale registrar que o nosso laboratório não é especializado em virologia e sempre foi direcionado para a pesquisa básica, mas temos equipamentos, como o aparelho por diagnóstico de biologia molecular, reagentes, padrões e técnicas que nos colocam em condições de desenvolver ensaios humanos”, afirma Menezes.

O professor do ICB calcula que, com alguns ajustes de layout do laboratório e credenciamento pela Anvisa, seria possível produzir de 150 a 300 diagnósticos por dia com base em amostras inativadas do coronavírus.

Para evitar que a comunidade se confunda com a informação sobre a disponibilização dos laboratórios da UFMG, o pró-reitor Mário Campos enfatiza que a universidade não é autorizada a realizar exames individuais. “Nosso trabalho busca agilizar as ações da Funed, portanto, as pessoas não poderão vir à UFMG para fazer o teste”.

        

Matheus Espíndola