Morre o banqueiro Aloysio Faria, parceiro da UFMG em projetos estratégicos da área de saúde
Formado pela Faculdade de Medicina, fundador do Banco Alfa doou recursos que viabilizaram a modernização do serviço de gastroenterologia do Hospital das Clínicas
O banqueiro Aloysio de Andrade Faria, fundador do Banco Alfa, morreu nesta terça, 15, em sua fazenda em Jaguariúna, no interior de São Paulo. Gastroenterologista, Aloysio, que completaria 100 anos em novembro, era natural de Belo Horizonte e graduou-se em Medicina pela UFMG em 1945. No ano seguinte, obteve o título de Master of Science na Northwestern University, em Chicago (EUA).
Faria chegou a exercer a Medicina por algum tempo, abandonando-a pouco depois para assumir os negócios da família em razão da morte do pai, Clemente de Faria, fundador do extinto Banco da Lavoura. Sua ligação com a UFMG e com o Hospital das Clínicas, porém, manteve-se estreita durante toda a sua vida. Em 2007, durante as comemorações dos 80 anos de fundação UFMG, Aloysio Faria recebeu a medalha de honra como ex-aluno de destaque da Universidade.
“A UFMG é muito grata ao suporte que sempre recebeu de Aloysio de Andrade Faria. Humanitário com sua alma mater, ele é uma personalidade marcante na história da Universidade, da Faculdade de Medicina e, em especial, do Hospital das Clínicas”, destacou a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. De acordo com ela, o apoio de Aloysio Faria foi fundamental para a expansão e o aprimoramento de serviços hoje ofertados pelo Hospital das Clínicas para a sociedade, em especial, o de gastroenterologia e nutrição. “Foram muitas as melhorias realizadas, que se tornaram possíveis com as doações desse homem de espírito benemérito", acrescentou. Em nome da UFMG, a reitora manifestou seu “carinho, admiração e solidariedade” à família do banqueiro.
Segundo o diretor da Faculdade de Medicina, Humberto José Alves, Aloysio Faria foi um benfeitor da UFMG, em especial do Hospital das Clínicas. “Ele colaborou para que alunos da Faculdade pudessem fazer seus estudos em campos de prática de alta qualidade”, destacou.
A superintendente do Hospital das Clínicas, Andréa Silveira, ressaltou, por sua vez, a “generosidade discreta” do banqueiro. "Dr. Aluísio foi um grande exemplo. Seu comportamento e ações traduziam a sua convicção e o seu compromisso com a assistência, o ensino e a pesquisa de qualidade. Demonstrava grande carinho pela UFMG e reconhecia a importância da universidade pública na vida do país”, afirmou.
Doações
Em 2001, Aloysio Faria doou R$ 7,8 milhões para a criação do Instituto Alfa de Gastroenterologia, no Hospital das Clínicas, projeto que possibilitou a reestruturação e modernização do serviço de gastroenterologia do Hospital das Clínicas. Os recursos viabilizaram a construção de salas de aula e laboratórios, auditório, enfermarias, salas de endoscopia/colonoscopia e recepção. Com o dinheiro, também foi possível equipar todo o espaço. A doação feita por Faria também foi empregada na construção da portaria do HC e da principal recepção hospitalar do complexo.
Nove anos depois, em 2010, foi inaugurado o anexo Instituto Jenny de Andrade Faria de Atenção à Saúde do Idoso e da Mulher, projeto também viabilizado pelo banqueiro. Além de custear a demolição do antigo Ambulatório Carlos Chagas e a construção integral do novo prédio, Faria doou o mobiliário para áreas comuns e para o Centro do Idoso, além de toda a infraestrutura da informatização. Os recursos também cobriram a aquisição de equipamentos médicos.
Mais recentemente, em 2014, o HC inaugurou, com recursos de nova doação de Aloysio Faria, uma sala cirúrgica automatizada e equipada com tecnologias que possibilitam a visualização de imagens em alta definição (full HD). Há dois anos, o banqueiro assegurou a reforma e reinauguração do Ginásio Interdisciplinar do Idoso, que ganhou novos aparelhos.