Morre o professor Giovanni Gazzineli, emérito da UFMG
Velório será nesta quarta; pesquisador era referência em doenças parasitárias
Morreu nesta terça-feira, dia 14, aos 92 anos, em Belo Horizonte, o professor Giovanni Gazzinelli, emérito da UFMG e aposentado do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB. Seu corpo será velado nesta quarta-feira, 15, no Bosque da Esperança (Rua Aldemiro Fernandes Tôrres, 1500, bairro Jaqueline), das 8h30 às 13h. O sepultamento ocorrerá em seguida.
Nascido em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em setembro de 1927, Gazzinelli formou-se em Medicina pela UFMG em 1955. Ainda na graduação, ele interessou-se pela área de bioquímica e ingressou no laboratório do professor Baeta Viana, onde atuou como estagiário e bolsista até 1959, quando obteve bolsa da Fundação Rockefeller para estudar nos Estados Unidos. Lá, ele estagiou no Departamento de Bioquímica da Universidade de Utah, trabalhando em projetos de pesquisas relacionados com biossíntese de proteínas.
Em 1962, regressou ao Brasil contratado como auxiliar de ensino no Departamento de Bioquímica na Faculdade de Medicina. Mais tarde, com a criação do ICB, transferiu-se para o Departamento de Bioquímica do Instituto. Em 1976, foi promovido, por concurso, a professor titular. Giovanni Gazzinelli aposentou-se na UFMG em 1980 e deu continuidade à sua carreira na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Belo Horizonte, onde estruturou um laboratório especializado no estudo da imunologia celular e molecular de doenças parasitárias.
Influência familiar
Seu sobrinho Ricardo Gazzinelli, também professor da UFMG e pesquisador da Fiocruz, foi orientado no doutorado pelo professor Giovanni. “Ele foi uma pessoa muito importante na formação de novos cientistas” afirma Ricardo, que acredita que essa influência também se deu no plano familiar, já que dois dos irmãos mais novos de Giovanni também seguiram carreira científica: Ramayana Gazzineli, professor do ICEx e referência na área de Física, e Paulo Gazzinelli, que foi o primeiro diretor da Fapemig.
De acordo com Ricardo Gazzinelli, o tio foi um pesquisador muito produtivo. "Seu primeiro paper foi publicado em 1961, na Nature, que é hoje o periódico científico de maior visibilidade e impacto no mundo”, relata.
Giovanni Gazzinelli era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e foi agraciado com a Ordem Nacional do Mérito Científico, da Presidência da República. Ele foi casado com Edméa de Carvalho Gazzinelli com quem teve quatro filhos: Sérgio, Iara, Andréa e Maria Flávia. Andréa e Maria Flávia Gazzinelli são professoras da Escola de Enfermagem.