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'Mostra das Profissões simboliza uma universidade aberta à sociedade', diz pró-reitor de Graduação

Ruas do campus Pampulha têm intenso movimento desde o início da manhã
Ruas do campus Pampulha têm intenso movimento desde o início da manhã Fotos: Foca Lisboa / UFMG

Cerca de 70% dos 33 mil estudantes inscritos para participar neste sábado, 17, da Mostra das Profissões são de escolas estaduais. Para o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, esse percentual pode ajudar a reverter o quadro marcado pela redução, registrada nos últimos anos, de ingressantes na UFMG oriundos dessas instituições.

O pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi
O pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi Foca Lisboa / UFMG

“Grande parte desse déficit se deve à falta de informação, o que restringe muito o leque de opções que esses estudantes consideram”, observa Takahashi. Até 2012, egressos do ensino público estadual correspondiam a 33% dos aprovados na UFMG. Em 2014, a 25%, e em 2015, a 29%.

Na opinião do pró-reitor, a Mostra das Profissões cumpre outras funções além de orientar estudantes do ensino médio na escolha do curso de graduação que desejam seguir. “É também uma simbologia importante, ao mostrar uma Universidade que se quer aberta e à disposição da sociedade”, pondera.

As ruas e prédios do campus Pampulha registraram intenso movimento, tendo recebido ao longo do dia alunos de 504 escolas, das quais 370 são de fora de Belo Horizonte. Os estudantes tiveram oportunidade de assistir a palestras e visitar salas interativas, em que professores e alunos de graduação apresentaram os 75 cursos oferecidos pela Universidade.

O pró-reitor adjunto de Graduação, Walmir Caminhas
O pró-reitor adjunto de Graduação, Walmir Caminhas Foca Lisboa / UFMG

O pró-reitor adjunto de Graduação, Walmir Caminhas, explica que em todos os prédios há serviço de wi-fi, para que o visitante possa acessar o aplicativo da Mostra, que fornece orientações para localização das atividades e possibilita fazer avaliação das salas interativas. “Além da programação do evento presencial, o aplicativo põe a Mostra Virtual literalmente na palma da mão, com catálogo completo e vídeos de todos os cursos”, informa.

Orientações seguras

João Marcos Gonçalves decidiu conhecer melhor o curso de Design
João Marcos Gonçalves decidiu conhecer melhor o curso de Design Foca Lisboa / UFMG

Propenso a escolher Administração, João Marcos Gonçalves, 17 anos, decidiu conhecer melhor não apenas esse curso, mas também o de Design. “Vou andar aqui na Mostra com meus amigos, para saber mais também sobre os cursos que interessam a eles”, disse o estudante, ao chegar à Universidade, no início da manhã, vindo de Pompéu, que fica a três horas de Belo Horizonte. João Marcos é aluno do 3º ano do ensino médio, na Escola Estadual Ministro Francisco Campos.

“Esse é o melhor jeito de conhecer os cursos que a Universidade oferece, pois os estudantes costumam ficar muito perdidos no ensino médio”, afirma, por experiência própria, Igor Santiago, aluno do 12º período de Engenharia de Controle e Automação, que anos atrás definiu sua escolha justamente ao visitar a Mostra das Profissões. Neste sábado, Igor trabalhou na organização do evento, orientando a entrada de visitantes no auditório em que ocorreram palestras sobre os cursos de Engenharia.

A professora Luzia Valentina Modolo, do Departamento de Botânica do ICB, orientou o atendimento na sala interativa de Ciências Biológicas, que apresentou experimentos e informações com plantas, animais e todas as áreas de atuação do Biólogo. “A ideia é mostrar a diversidade das Ciências Biológicas, que é um universo próprio”, explica. Quem esteve na sala pela manhã pôde participar de sorteio de um exemplar de planta carnívora.

“Tenho fascínio por esse trabalho que, inclusive, é parte de atividade de extensão no âmbito da Botânica. E fico feliz com a empolgação dos alunos de graduação, atuando voluntariamente, com o intuito de convencer o visitante de que Ciências Biológicas é um curso muito bacana para ser feito. Ainda mais porque uma pesquisa recente mostrou que o curso de Ciências Biológicas da UFMG é o melhor do país”, disse a professora, que participa da Mostra desde 2014.

Estudar a vida, que é muito bonita

A visita à sala interativa reforçou em Eduardo Goulart Medeiros, 17 anos, a decisão de fazer Ciências Biológicas. “Já tive muitas dúvidas, mas desde o início do ano me dei conta de que quero estudar a vida, que é muito bonita. Mas vim para ampliar um pouco meu conhecimento sobre o curso e conhecer outras opções, como Farmácia, Veterinária e Biomedicina”, explica o estudante do 3º ano no Instituto Pedagógico Arcoense, da cidade de Arcos, no centro-oeste mineiro. Precavido, Eduardo baixou o mapa da Universidade para seu smartphone, o que ajudou também os colegas que fizeram a viagem com ele.

Na mesma sala estava Breno Nardi Teixeira, 16 anos, estudante do Colégio Anglo, também da cidade de Arcos. Inclinado a seguir a carreira do pai, biólogo, Breno conta que gosta de animais, mas também pensa em fazer Medicina. Como está no 2º ano do ensino médio, ainda tem tempo para analisar as opções.

Os amigos Mariane Cristine Silva Oliveira e Marcos Paulo Vieira Souza, do município de Carmésia
Os amigos Mariane Cristine Silva Oliveira e Marcos Paulo Vieira Souza, do município de Carmésia Foca Lisboa / UFMG

Os amigos Mariane Cristine Silva Oliveira e Marcos Paulo Vieira Souza, do município de Carmésia, também alunos do 2º ano, demonstram segurança em suas escolhas. Estudantes da Escola Estadual José Vieira da Silva, ambos decidiram conhecer cursos afins aos que desejam seguir, para tomar uma decisão mais acertada. “Quero fazer Direito, e o Marcos, Medicina. É importante decidir cedo, para nos prepararmos melhor para aquilo que queremos”, explica Mariane.

Aluna do sétimo período de Nutrição, Isabella Pedrosa trabalhou pela primeira vez na Mostra das Profissões. “Nessa hora de decisão, é importante ter um contato maior com as áreas. Na nossa sala interativa, colocamos um pouco de cada período do curso. E vou falar com empolgação, pois adoro minha profissão”, adiantou, ao chegar para o evento.

Giovana, Franciele, Mariana e Débora ainda estão em dúvida sobre o curso que vão escolher
Giovana, Franciele, Mariana e Débora ainda estão em dúvida sobre o curso que vão escolher Foca Lisboa / UFMG

Ainda em dúvida quanto ao curso que vão escolher, Giovana, Franciele, Mariana e Débora enfrentaram com alegria a longa fila para assistir à palestra sobre o curso de Medicina, no auditório da Reitoria. Alunas da Escola Estadual Alizon Themóter Costa, em Ribeirão das Neves, consideram mais acertada a decisão de participar da Mostra ainda no 2º ano do ensino médio. “Assim temos mais tempo para decidir”, pondera Franciele Oliveira.

Stephanie experimentou equipamento desenvolvido na disciplina Laboratório de Circuitos 1
Stephanie experimentou equipamento desenvolvido na disciplina Laboratório de Circuitos 1 Foca Lisboa / UFMG

Na sala interativa de Engenharia Elétrica, Stephanie Avelar, 16 anos, também estudante do 2º ano, mostrou empolgação com a área, mas se programou para visitar todas as engenharias e Medicina Veterinária.

Stephanie experimentou equipamento desenvolvido na disciplina Laboratório de Circuitos 1, inspirado nos óculos do Google Glass, que reúne funcionalidades como sensor de temperatura, medidor de luz ambiente, recebimento de mensagens e ligações por meio de celular.

Alunos do 4º período de Engenharia Elétrica
Alunos do 4º período de Engenharia Elétrica Foca Lisboa / UFMG

“A ideia é mostrar que a Engenharia Elétrica tem amplas possibilidades de estudo e atuação, além de evidenciar que com o conhecimento básico de engenharia já se pode construir aplicações para o mundo, para não sermos só consumidores da tecnologia”, explica Luisa Reis, junto com os colegas Eric Drumond e João Paulo Fernandes Bonfim, todos alunos do 4º período de Engenharia Elétrica.

Acessibilidade 

No hall de entrada da Reitoria, a bolsista Ana Clara Duarte Teles, aluna do 5º período de Direito, esteve à disposição para atender visitantes com necessidades especiais. Parceria do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (Nai) com o Centro de Apoio ao Deficiente Visual (Cadv) manteve um bolsista em cada prédio, junto com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), para permitir que todos os visitantes pudessem assistir às palestras. Ao todo, trabalharam nesta edição da Mostra cerca de 600 estudantes e 230 professores.

Mostra das Profissões 2016