Extensão

Solidariedade, proteção e acolhimento para romper com o ciclo da violência

Em campanha global pelo fim da violência contra a mulher, rádio UFMG Educativa veicula série 'Nenhuma agressão a mais'

Rodas
Mulheres aguardam atendimento especializado no ambulatório do Hospital das Clínicas
UFMG Educativa

Um esforço global pelo fim da violência contra a mulher. No país em que 503 mulheres sofrem agressão física por hora, entidades se unem na campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres iluminando seus monumentos de laranja em favor dos direitos de mulheres e meninas viverem sem violência. O lançamento oficial da campanha é neste sábado, 25, Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher. Para marcar a data, a Rádio UFMG Educativa veicula, até amanhã, 24, a série especial Nenhuma agressão a mais, que retrata casos de mulheres que conseguiram romper com o ciclo da violência, tornando-se protagonistas de sua própria trajetória e reconstruindo suas histórias.

Na primeira reportagem, veiculada nesta quarta-feira, Soraya Fideles e Maria Dulce Miranda acompanharam as reuniões semanais do Para elas — por elas, por eles, por nós, projeto de atenção integral à saúde da mulher em situação de violência, ligado à Faculdade de Medicina da UFMG, que mantém equipe multidisciplinar para atender os casos. Lá, as repórteres conheceram relatos como a da estudante de pós-graduação Marcela Teófilo, 34 anos, que foi agredida fisicamente pelo ex-marido e encontrou acolhimento nas rodas de conversa do ambulatório Jenny de Andrada Faria, no Hospital das Clínicas da UFMG. Para Marcela, esses espaços são fundamentais para romper com o ciclo de violência e reconstruir histórias.

Seja bem-vinda olê, lê
seja bem-vinda olá, lá,
paz e bem pra você,
que veio participar!

Cantando esse refrão de boas-vindas, dezenas de mulheres vítimas de violência acolhem outras que participam, pela primeira vez, do projeto da UFMG. A troca de experiências contribui para reforçar o protagonismo das mulheres em encontrar saída para a violência, acredita Elza Melo, coordenadora do Para elas — por elas, por eles, por nós. Muitas das participantes são encaminhadas por algum serviço da rede de proteção à mulher, mas há quem procure o atendimento por conta própria ou acompanhada de amigas, vizinhas e parentes, já que os impactos de uma agressão não se restringem apenas à própria vítima.

Nos encontros semanais realizados no quarto andar do Hospital das Clínicas da UFMG, as mulheres partilham vivências marcadas pela dor enquanto tecem laços de solidariedade. Elas têm a oportunidade de perceber que é possível reconstruir trajetórias, possibilidade que, à primeira vista, parece irreal diante da crueldade dos dados alarmantes denunciados pelo Diagnóstico da Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher em Minas Gerais 2013-2015.

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Mapa da Violência elaborado pela Seds
Governo de Minas

Ouça a primeira reportagem da série especial Nenhuma agressão a mais, veiculada no Jornal UFMG desta quarta-feira, 22. As outras duas vão ao ar hoje e amanhã, no Jornal da UFMG, que começa às 12h30, e também poderão ser ouvidas na página da emissora na internet.

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Elza Melo, da UFMG (à direita), acompanhada da diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare
UFMG Educativa