"Nós não superamos a ditadura, especialmente no que toca à memória", afirmou o professor do Departamento de História da UFMG, Rodrigo Patto Sá Motta, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa (104,5 FM), nesta segunda-feira, 1º. 

Por ocasião dos 55 anos do golpe que instituiu o regime militar no Brasil, no dia 31 de março de 1964, o professor fez uma retrospectiva do contexto político do País antes da deposição do então presidente João Goulart, que havia sido democraticamente eleito em 1961 .

Rodrigo Patto Sá Motta também falou sobre as marcas que o período deixou para a democracia, como consequência do golpe. "A ditadura ainda é um problema presente no Brasil. Não é um passado, ainda faz parte do nosso debate político", disse.

Mestre em História pela UFMG e doutor em História pela USP, o professor é autor de pesquisas sobre o Golpe de 64, o regime militar, a repressão política, o anticomunismo, a política universitária e a atuação da esquerda.

Programação especial

Até o dia 6 de junho, também no programa Conexões, serão veiculados os 50 episódios da série 50 anos do Golpe de 64 produzida pela UFMG Educativa em 2014, na ocasião do cinquentenário do golpe. As produções exploram temas como política interna, externa, esporte, cultura, tortura, exílio, entre outros, ao longo dos 21 anos de ditadura. O último episódio da série é uma leitura coletiva dos nomes de todas as pessoas que desapareceram sob os governos militares. A série vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h30.

Também nesta segunda-feira, 1º, o programa Universo Literário, que vai ao ar das 8h às 10h, levou ao ar entrevista relacionada aos 55 anos do golpe militar no Brasil. A apresentadora Michelle Bruck conversou com o jornalista Eduardo Reina, autor de livro que reúne 19 relatos pessoas que sofreram e ainda sofrem consequências dos casos de crianças que foram sequestradas por militares durante a ditadura e levadas para outras famílias.