Institucional

PDI reflete equilíbrio entre tradição e novas questões

Documento foi aprovado pelo Conselho Universitário com contribuições da comunidade

Vista aérea do campus Pampulha
Vista aérea do campus Pampulha YouTube UFMG

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que vai orientar as ações da UFMG no período 2018-2023, foi aprovado pelo Conselho Universitário. O documento estará disponível para consulta da comunidade a partir de janeiro. 

Elaborado por comissão específica, o plano recebeu contribuições da comunidade universitária, por meio de sugestões individuais ou de grupos, geradas por discussões nas unidades acadêmicas, e nos debates em três audiências públicas, realizadas nos campi Pampulha, Saúde e Montes Claros.

“Precisamos destacar que o processo de elaboração do PDI foi marcado pela construção. Refletimos e adotamos uma estratégia que, de fato, assegurou oportunidades para a participação efetiva da comunidade universitária”, afirma a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. 

Ela ressalta que, além de sugestões que chegaram para a comissão por meio das audiências públicas, muitas contribuições foram recebidas pelo site desenvolvido especialmente para reunir os documentos iniciais elaborados pela comissão. “Estamos felizes porque o documento representa, de fato, o desejo da comunidade da UFMG”, enfatiza.

Síntese
Para o presidente da Comissão de Sistematização do PDI, professor Ricardo Takahashi, embora seja uma determinação legal, o Plano deve ser considerado, principalmente, uma oportunidade especial em que a Universidade “sintetiza a análise sobre seu passado e projeta o futuro, de curto e longo prazos”. Assim, a construção do texto foi conduzida com o intuito de apontar “horizontes distintos de tempo e abrigar a diversidade que caracteriza a UFMG”, diz Takahashi, que é assessor especial da Reitoria.

O PDI também se beneficiou de conceitos e informações de outras duas fontes: a avaliação externa, realizada por comissão do Ministério da Educação (MEC) que visitou a Universidade em agosto de 2017, e o processo de autoavaliação, iniciado há cerca de quatro anos no âmbito da Comissão Própria de Avaliação (CPA). 

Composta de 14 membros de todos os segmentos, setores e áreas da Universidade, a CPA tem elaborado retrato institucional abrangente da graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, gestão de pessoas, planejamento e infraestrutura. Relatórios anuais são publicados no site da UFMG e em canal de comunicação on-line com o MEC.

A professora Cristina Alvim, que integrou a Comissão de Sistematização do PDI por ser, à época, presidente da CPA, comenta que a leitura e a análise crítica dos documentos anteriores e o esforço de pensar novas proposições “ajudaram a perceber como a Instituição tem aprendido com as dificuldades, como evoluiu e em que aspectos ainda precisa avançar”. Ela pondera que, ao conhecer o que está planejado, a Universidade pode acompanhar o que está sendo realizado e o que não foi possível fazer, além de trabalhar a percepção da comunidade acadêmica em relação ao planejamento.

A reitora Sandra Goulart Almeida acrescenta que o novo PDI também inova porque prevê uma avaliação continuada da Instituição, a ser realizada pela Diretoria de Avaliação Institucional (DAI) e pela CPA. “Tendo em mãos o PDI, a CPA vai saber quais são os objetivos gerais e específicos e as ações previstas para esse período, em cada grande tema presente no Plano”, resume Cristina Alvim , que é assessora especial da Reitoria para a área de Saúde.

Segundo a reitora, é importante que a comunidade universitária leia o documento, se inteire sobre os valores e princípios e sobre as diretrizes que vão indicar o desenvolvimento institucional da Universidade.

Também integraram a comissão de sistematização a diretora de Avaliação Institucional, Viviane Birchal, o professor Hugo da Gama Cerqueira, atual diretor da Face e pró-reitor de Planejamento na última gestão, representantes das câmaras de Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, dois servidores técnico-administrativos e dois estudantes.

Avanços
“No processo de construção do PDI, procuramos um equilíbrio entre dois movimentos: manter uma continuidade de decisões e processos em curso, que expressaram valores institucionais consolidados, e introduzir novas lógicas e perspectivas, que reflitam questões da ordem do dia, como cidadania, inclusão, acessibilidade e internacionalização”, completa a reitora.

Embora o texto contenha as características mais perenes da Universidade, já presentes nos PDIs anteriores, o novo documento avançou tanto no formato – agora com descrições mais detalhadas sobre vários temas – quanto na ênfase que deu a aspectos considerados prioritários pela comunidade acadêmica. 

“Um dos exemplos de como a intervenção da comunidade impactou profundamente o texto final refere-se à questão ambiental”, diz Ricardo Takahashi. Segundo ele, o assunto “ganhou uma seção específica no capítulo Desenvolvimento Institucional, em que recebeu abordagem inter e transdisciplinar, a ser tratado transversalmente por setores diversos da Universidade, com ações que abrangem ensino, pesquisa, extensão, gestão e comunicação”.

Outra seção do mesmo capítulo é dedicada à internacionalização, identificada como um desafio abrangente, isto é, como meta que mobilize toda a comunidade, incluindo desde a escola básica até as ações de extensão. A intenção, segundo Takahashi, é que o tema se torne uma bandeira abraçada por toda a instituição. “O documento indica esse caminho, e é desejável que a UFMG veja a internacionalização dessa maneira. Esse assunto foi trazido para esse capítulo por extrapolar muito o que um setor sozinho conseguiria fazer”, comenta Takahashi.

Temas como cidadania, inclusão e acessibilidade também mereceram abordagens mais extensas, incorporando reflexões da comunidade. Para o presidente da Comissão, isso resultou não apenas em um texto mais denso e completo, mas faz do novo PDI um documento que os integrantes da Universidade vão “perceber como seu, resultado de um processo de escuta de que todos puderam participar”.

O documento também traz dados e gráficos que não constavam nos PDIs anteriores, como o número de professores credenciados na pós-graduação e o de egressos em cada curso de graduação, de especialização e de pós-graduação, ano a ano, desde o ano 2000.

Ana Rita Araújo