Novos docentes são recepcionados com sugestões, convites e muita informação
A reitora Sandra Goulart, o vice Alessandro Moreira e pró-reitores mostraram dados e estimularam a participação dos recém-contratados nos diversos aspectos da vida na UFMG
“Não apaguem os e-mails enviados pela administração central da Universidade, porque cada um deles pode ter uma oportunidade na medida para cada um de vocês.” A frase não foi dita exatamente dessa forma, mas simboliza bem uma recomendação feita, na tarde de hoje (quarta, 2), sempre em tom bem-humorado, pela reitora Sandra Goulart Almeida e por alguns pró-reitores aos novos docentes da UFMG. Oitenta professores participaram do encontro em que a Universidade foi “apresentada” aos contratados a partir de janeiro de 2023.
Na abertura da reunião, no Auditório da Reitoria, Sandra salientou que a instituição tem ocupado posição de destaque nas principais avaliações nacionais e internacionais e que o propósito e o trabalho de dirigentes e professores visam sempre a uma formação acadêmica de qualidade e também para o exercício da cidadania plena por parte de seus estudantes.
A reitora enfatizou o caráter inclusivo da UFMG, explicitado em posturas e ações diversas, e afirmou que suas gestões – ela assumiu a Universidade em 2018, para o primeiro mandato –, têm privilegiado as ações acadêmicas – preservando as bolsas, por exemplo – e a assistência estudantil em meio ao quadro de cortes orçamentários que atingiram fortemente, sobretudo no último governo, as instituições de ensino superior federais. “A UFMG cresceu muito nos últimos 15 anos e subiu nos rankings, mas o orçamento hoje é equivalente ao de 2010. Como essa conta fecha?”, ela questionou, acrescentando que uma expectativa positiva está relacionada à inclusão de universidades federais no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Sandra convocou os professores recém-chegados a integrar-se ao esforço de divulgação e defesa da UFMG contra os ataques que têm sido perpetrados contra as universidades e a ciência. “Esse é um desafio que enfrentamos no campo simbólico, e vamos combater essa violência oferecendo à sociedade muita informação sobre o produzimos aqui”, disse. A reitora também convidou os novos professores a participar ativamente das comemorações, já iniciadas, dos 100 anos da UFMG, que serão completados em 7 de setembro de 2027..
Ao enumerar algumas das áreas da gestão que cabe a ele acompanhar mais de perto, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira citou o programa que visa garantir a permanência de todos os estudantes, as iniciativas destinadas a aumentar a acessibilidade e a inclusão, os projetos que têm tornado a Universidade cada vez mais sustentável e a construção de uma política de saúde mental para a UFMG, tirando partido do conhecimento produzido aqui nesse campo.
Das pró-reitorias
O pró-reitor de Graduação, Bruno Teixeira, mostrou números – 33.956 estudantes, 94 cursos e 6.763 vagas anuais – e ressaltou o aprimoramento constante dos processos seletivos para aumentar a diversidade e a representatividade da população brasileira. Ele também apresentou a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino, conhecida como Giz e responsável pela formação continuada de professores, e recomendou a consulta atenta às normas da Graduação, entre outras informações relevantes nessa área.
Oitenta por cento dos programas de pós-graduação da UFMG têm as notas 5 (nível mestrado), 6 e 7 (doutorado) da Capes, que denotam condição de excelência, salientou a pró-reitora de Pós-graduação, Isabella Pordeus. Os programas de excelência da Universidade são muitos também proporcionalmente na relação com os números de Minas e do Brasil. Ela falou das chamadas de apoio aos docentes e destacou a recente inclusão de estudantes da pós na política de permanência da Universidade. Isabella usou uma informação pessoal para incentivar os novos docentes: “Sou professora da UFMG [da Faculdade de Odontologia] há nada menos que 42 anos, e sou o que sou porque a Universidade me proporcionou os caminhos”, disse.
O pró-reitor de Pesquisa, Fernando Reis, também começou com dados básicos: a UFMG tem 753 grupos de pesquisa, 751 bolsistas de produtividade do CNPq e 1.582 casos de transferência de tecnologia para o mercado, por meio de patentes e outros instrumentos. Ele lembrou que o fomento a iniciativas de pesquisa, feito com recursos próprios e também externos, inclui a concessão de bolsas a estudantes e auxílio financeiro. Entre outros temas, Reis destacou as inúmeras parcerias com universidades estrangeiras e o alto investimento da UFMG nos laboratórios multiusuários. “A ideia é que todas as unidades acadêmicas abram suas portas por meio dessas estruturas destinadas ao compartilhamento”, comentou
A aproximação com as comunidades e o cumprimento da responsabilidade social da UFMG se dão por meio das ações de extensão, que lançam mão do conhecimento produzido na Universidade, ressaltou a pró-reitora adjunta de Extensão, Carmen Rosa. Ela recomendou que os professores recém-contratados apresentem novas ideias e também procurem saber o que já vem sendo realizado em suas unidades. Carmen enumerou os eventos vinculados à extensão – como a feira UFMG Jovem, a Jornada de Direitos Humanos e o Domingo no Campus – e convidou para oficinas que mostram as formas de lidar com os assuntos da área.
A pró-reitora de Recursos Humanos, Marcia Machado, afirmou que a PRORH cuida de toda a vida funcional de seus servidores e que é muito importante que cada servidor também cuide da própria carreira, sempre contando com ajuda dos diversos setores da pró-reitoria. “Estamos prontos para trabalhar junto com vocês quando for preciso”, disse Marcia, antes de convidar os novos docentes a participar da Semana do Servidor, de 14 a 19 de deste mês.
‘Um rosto em cada nome’
O gaúcho Felipe Viero Kolinski Mendonça ingressou na UFMG em janeiro deste ano. Graduado em Jornalismo, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, ele vem da Universidade Federal de Ouro Preto, onde lecionou por seis anos. Professor do Departamento de Comunicação Social da Fafich, ele aprova a iniciativa da recepção. “Esse encontro de boas-vindas e acolhimento é fundamental na chegada à nova casa, que tem uma estrutura particular. Ainda que o tempo para as apresentações seja limitado, este é o momento de se pôr um rosto em cada nome”, disse.
Ele gostou de conhecer em dados as dimensões da UFMG, “uma das maiores universidades do país”. “A Universidade cresceu, e o perfil de seus estudantes e professores vem mudando bastante. A dinâmica dessa instituição é diversa, e saber de professores que estão felizes aqui há décadas é uma inspiração e uma motivação”, disse.
Outra professora que chegou à UFMG no início de 2024 é Junia Mortimer, lotada no Departamento de Urbanismo da Escola de Arquitetura. Mineira de Montes Claros, ela cursou graduação e doutorado na UFMG e lecionou na Universidade Federal da Bahia. “Este momento é importante, como disse a professora Sandra, para que o professor “formalize a chegada”. Hoje fomos acolhidos institucionalmente, pensando na Universidade como um todo. O evento tem um valor ritual”, definiu.
Junia, que se dedica muito à pesquisa, tem interesse especial no aspecto da internacionalização, e chamaram sua atenção as informações sobre a participação da UFMG em redes de universidades, brasileiras e estrangeiras, que propicia projetos conjuntos. “Também foi interessante ouvir sobre a relação da extensão universitária com os acontecimentos sociais. Diferentes eventos afetam a dinâmica da Universidade, estimulando pesquisa e extensão. A responsabilidade social está sempre no horizonte”, destacou.