Pesquisa e Inovação

O que a ciência já sabe sobre a covid-19?

Episódio de estreia da segunda temporada do ‘Outra estação’, da Rádio UFMG Educativa, trata das descobertas e de questões ainda sem respostas

A hipótese de que morcegos tenham sido a fonte natural do novo coronavírus é sustentada por dados científicos
Sars-Cov-2 provavelmente começou a ser transmitido por morcegos, mas ainda são necessárias mais pesquisas sobre o temaCentros de Controle e Prevenção de Doenças I Unsplash

A propagação internacional do novo coronavírus foi classificada como pandemia há um ano, em março de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde que o vírus começou a infectar seres humanos, cientistas de diversos países e de várias disciplinas fizeram o conhecimento acerca do patógeno e da covid-19 avançar rapidamente. O episódio de estreia da segunda temporada do Outra estação, programa da Rádio UFMG Educativa, destaca algumas das descobertas realizadas e questões ainda sem respostas.

A reportagem aborda a busca pelas respostas a como e onde os seres humanos passaram a ser infectados pelo novo coronavírus. Também explica como acontecem mutações no código genético do patógeno. Outro assunto tratado no programa é a relação entre o surgimento de variantes desse vírus e os casos de reinfecção, nos quais pessoas já recuperadas da covid-19 voltam a adoecer. O episódio destaca, ainda, a possibilidade de um paciente ser infectado por mais de uma variante do vírus simultaneamente e as sequelas que podem ser deixadas pela doença.

O Outra estação entrevistou quatro especialistas: os professores Giliane Trindade, Renato Santana e Flávio Fonseca, do ICB, e Carolina Marinho, da Faculdade de Medicina da UFMG.


Início misterioso

Giliane Trindade: desrespeito à vida selvagem favorece o surgimento de pandemias
Giliane Trindade: desrespeito à vida selvagem favorece pandemias Arquivo pessoal

Desde que foram divulgados os primeiros casos de covid-19, uma pergunta tem inquietado cientistas e a população: onde e como o novo coronavírus começou a infectar seres humanos, dando origem a uma epidemia que atingiria todos os continentes do planeta? No primeiro bloco do programa, a professora Giliane Trindade conta o que já se sabe sobre esse tema e explica a hipótese mais forte para o início da pandemia.

Por sua vez, o professor Renato Santana ressalta a importância de um trabalho científico chamado “vigilância genômica”, que possibilita identificar mutações no código genético do novo coronavírus. Além de explicar como e por que essas mutações acontecem, Santana fala de uma das preocupações da comunidade científica: a de que as vacinas precisem ser reformuladas para garantir a prevenção contra novas variantes do vírus.

Reinfecções e sequelas

Unidade de enfermaria do Hospital das Clínicas, envolvido desde o início no combate à pandemia
Pesquisa no Hospital das Clínicas da UFMG monitora sequelas em pacientes que tiveram alta depois do tratamento da covid-19Arquivo Hospital das Clínicas / UFMG

No segundo bloco do Outra estação, um dos temas abordados são os casos de reinfecção pelo novo coronavírus. O professor Renato Santana esclarece que, com a circulação de novas variantes do vírus, a tendência é aumentar a incidência de reinfecção. O professor Flávio Fonseca comenta as circunstâncias que podem levar um paciente a desenvolver o quadro de coinfecção, isto é, adoecer pela ação simultânea de mais de uma variante.

As possíveis sequelas deixadas pela covid-19, outro tema do segundo bloco, são comentadas pela professora Carolina Marinho. Ela fala sobre um estudo chinês, segundo o qual pessoas que manifestaram a forma mais grave da doença estão mais suscetíveis à persistência de sintomas, como a redução da capacidade pulmonar. A professora também explica como vem sendo desenvolvida uma pesquisa coordenada por ela no Hospital das Clínicas da UFMG, na qual pacientes que tiveram alta depois do tratamento da covid-19 são acompanhados para o monitoramento de eventuais sequelas.

Para saber mais

Reportagem sobre a descoberta do primeiro caso de reinfecção, no mundo, por covid-19 por meio de mutação originária da África do Sul

Estudo chinês publicado na revista científica The Lancet sobre sequelas deixadas pela covid-19

Reportagem sobre a investigação realizada no Hospital das Clínicas da UFMG sobre possíveis sequelas da doença

Painel da OMS com dados atualizados da covid-19

Site da UFMG com dados sobre o coronavírus

Produção

O episódio 61 do programa Outra estação é apresentado por Alessandra Ribeiro. A produção é de Alessandra Ribeiro, Igor Costa e Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues. A coordenação de jornalismo é de Paula Alkmim. 

Na sua segunda temporada, o Outra estação vai ao ar às quintas, de quinze em quinze dias, às 18h, com reprise às sextas, às 7h30. Em cada episódio, o programa aborda um tema de interesse social. Todos os programas estão disponíveis nos aplicativos de podcast, como o Spotify.