Obra de Carolina de Jesus é tema de congresso sobre direito, psicanálise e literatura
'Quarto de despejo' vai inspirar reflexões sobre o racismo
A obra Quarto de despejo, da escritora mineira Carolina Maria de Jesus, descreve, em forma de diário, o cotidiano de uma mulher negra e pobre, favelada, catadora de papel, mãe solteira e escritora. Publicado em 1960, o livro foi traduzido para 13 idiomas e tornou-se best-seller, consagrando a escritora que sofreu com o racismo de seu tempo.
A obra será o ponto de partida das leituras sobre o racismo, tema do 6º Congresso Nacional de Psicanálise, Direito e Literatura, agendado para os dias 20, 21 e 22 deste mês.
O evento é coordenado pelo professor Fábio Belo, do Departamento de Psicologia da UFMG, que destaca o seu caráter transdisciplinar, uma vez que reunirá especialistas das áreas do Direito, da Literatura e da Psicanálise. "Do ponto de vista jurídico, o tema [racismo] é fundamental, visto que há um genocídio da população negra no país. Do ponto de vista literário, é importante refletir sobre o silêncio imposto aos escritores negros da nossa literatura. E no caso da psicanálise, vale ressaltar que o racismo é umas das maiores perversões sociais contemporâneas e que não temos pesquisas e trabalhos desenvolvidos sobre racismo ou psicanalistas negros", analisa o professor.
Um dos destaques do evento é a escritora Conceição Evaristo, uma das principais autoras da literatura brasileira contemporânea. Ela fará a conferência de encerramento, no dia 22, no auditório da Reitoria, às 18h15.
As inscrições terminam no domingo, 17 de setembro, e deverão ser feitas no site da Fundep, onde há informações sobre valores. A programação e outras informações estão disponíveis na página do congresso.