Operação na UFMG repete equívocos de ofensiva na UFSC, afirma conselho técnico da Capes
O Conselho Técnico-Científico da Educação Superior [da Capes] manifesta indignação e repúdio às ações da chamada operação Esperança equilibrista, da Polícia Federal, que na manhã desta quarta-feira levou em condução coercitiva o reitor da UFMG, professor Jaime Ramírez, a vice-reitora, professora Sandra Goulart, o ex-reitor, Clélio Campolina, a ex-vice reitora, Heloisa Starling, além de outros professores.
A pretexto de investigar supostos desvios de recursos públicos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política no Brasil, coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais, as ações da Polícia Federal nesta manhã representam, mais uma vez, clara violação do Estado democrático de direito e um ataque às Universidades Públicas. A condução coercitiva é medida extremada e excepcional e só deve ser utilizada em último caso e na hipótese de haver obstrução às investigações.
A operação “Esperança equilibrista” repete equívocos cometidos pela operação “Ouvidos moucos” e nos traz à lembrança a desastrosa operação da PF na Universidade Federal de Santa Catarina, em setembro deste ano. Até o momento tal medida se mostrou injustificada e o resultado foi uma campanha difamatória contra a Universidade e a perda irreparável do professor Luiz Carlos Cancellier, reitor à época.
O CTC-ES manifesta solidariedade à comunidade acadêmica da UFMG e reitera o compromisso intransigente com a defesa da universidade pública. Repudia as ações abusivas da PF contra as universidades federais e seus gestores e propugna o respeito às garantias constitucionais e ao devido processo legal.