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Para além da punição, o desafio de conscientizar os agressores

Última reportagem da série "Nenhuma Agressão a Mais" aponta necessidade de medidas educativas para não banalizar a violência

Mais de 150 países lançam oficialmente neste sábado, 25, Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher,  a campanha da ONU para não deixar  para trás nenhuma menina e mulher que sofreu a violência de gênero.
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A Lei Maria da Penha prevê em seu artigo 35 que sejam criados, pela União, Estados e Municípios, centros e serviços para realizar atividades reflexivas, educativas e pedagógicas voltadas para os agressores. Na véspera do Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher, a Rádio UFMG Educativa veicula a última reportagem da série Nenhuma agressão a mais, que aponta o desafio de não apenas responsabilizar os agressores, mas também conscientizá-los para  que não banalizem as relações violentas.

Em Minas Gerais, o Instituto Albam promove grupos reflexivos com autores de atos de violência para que não vejam a agressão como algo natural. Pioneiro neste atendimento, a ONG já atendeu desde 2005, 3.205 homens. Entre eles está um gerente de projetos de 32 anos ouvido pela Rádio UFMG Educativa. Enquadrado na Lei Maria da Penha, ele não quis ser identificado, mas relata que a iniciativa o fez repensar suas atitudes violentas. "A gente é mais feliz quando a gente consegue amar um ao outro. Como pai, é uma coisa que quero passar para os meus filhos, para que eles possam construir relações mais saudáveis do que eu".

No contexto de forte e amplo julgamento moral, marcante nos crimes de gênero na internet, o apoio e atendimento especializado  para as mulheres também é fundamental para superação das agressões sofridas.  É o que afirma Gabriela Garcia que sofreu este e  outros tipos de violência e foi atendida no Centro de Urgência  do Hospital das Clínicas da UFMG.

Ter espaços institucionais  para ofertar atendimento psicossocial  e outros serviços de direito também  são fundamentais para que as mulheres, ao seu tempo, consigam romper com o ciclo da violência. Criada há 21, a Casa Benvinda em Belo Horizonte, o equipamento público  é fruto de lutas feministas e um espaço acolhedor  para mulher da capital mineira e do interior, avalia a coordenadora Kate Rocha.

Ouça a última  reportagem da série especial Nenhuma agressão a mais, veiculada no Jornal UFMG desta quarta-feira, 22.  Todas as três matérias veiculadas ao longo dessa semana no  Jornal da UFMG, estão disponíveis na página da emissora na internet.

Ouça a reportagem de Maria Dulce Miranda e Soraya Fideles 

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