Notícias Externas

Permanência de pessoas com deficiência na universidade é desafio

Nova lei de cotas reserva vagas, MEC afirma que universidades têm recursos

Dois terços dos estudantes universitários já têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo, segundo levantamento da Andifes
Dois terços dos estudantes universitários já têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo, segundo levantamento da Andifes Aline Dacar | UFMG

A partir deste ano, com a alteração da lei de cotas, todas as universidades federais serão obrigadas a reservar vagas para pessoas com deficiência. A entrada em vigor da legislação coincide com o momento de restrição orçamentária dessas instituições. Cenário que dificulta a realização de obras de acessibilidade, que são necessárias na maior parte das instituições, e também a contratação de mão de obra especializada para atendimento a esse público, como intérpretes de Libras. Outro desafio é desenvolver políticas voltadas à permanência dos estudantes com deficiência em meio aos cortes de verbas destinadas à assistência estudantil.

Quase 25% dos brasileiros, ou seja, um em cada quatro, têm algum tipo de deficiência segundo o Censo do IBGE, mas nas universidades o percentual cai drasticamente. Segundo o último Censo da Educação Superior no Brasil, só 0,5% dos estudantes de graduação são pessoas com deficiência. Isso dá pouco mais que 35 mil matrículas. Como a lei de cotas exige que todos os estudantes devem ser oriundos de escolas públicas, há potencial de que precisem de programas de apoio financeiro. Mas, na contramão à entrada de novos alunos, as verbas destinadas à assistência estudantil caíram em torno de 15%. 

ouca-a-reportagem-de-vanessa-bugre-26-01-2018.mp3

Veja também:

Universidades alegam dificuldades para adaptar prédios para alunos com deficiência

Universidades carecem de recursos humanos para receber pessoas com deficiência