Pesquisa e Inovação

Pesquisa avalia impactos do desastre de Brumadinho para a saúde da população ribeirinha

Mestra em Análises Clínicas e Toxicológicas, biomédica Camila Moreira fala sobre o trabalho no novo episódio do ‘Aqui tem ciência’, da Rádio UFMG Educativa

Rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho despejou rejeitos com metais tóxicos no Rio Paraopeba
Rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho despejou metais tóxicos no Rio Paraopeba Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

O rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, que provocou a morte de 270 pessoas, completa quatro anos no próximo dia 25. Além das vidas perdidas, os impactos do desastre para o meio ambiente e a população atingida ainda não são completamente conhecidos e continuam a ser mensurados.

Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da UFMG, a pesquisadora Camila Moreira selecionou quatro localidades nos municípios de Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para avaliar possíveis impactos da exposição ambiental a metais presentes na lama de rejeitos da mineração para a saúde de pessoas que moram às margens do Rio Paraopeba.

A pesquisadora aplicou um questionário entre 121 voluntários com perguntas sobre saúde. Quarenta e sete pessoas relataram ter problemas de hipertensão, 26 disseram ter dermatites, alergias e irritação na pele. Diabetes (17), anemia (10) e problemas de saúde mental (11) também foram citados. Os participantes tiveram amostras de sangue e urina coletadas para análise.

Na dissertação de mestrado, foi detalhada a análise do nível de mercúrio no organismo dos voluntários, que estava dentro dos parâmetros considerados normais. Posteriormente, a concentração de outros metais também foi analisada. A compilação dos resultados será publicada pela pesquisadora em um artigo científico.

Saiba mais no novo episódio do Aqui tem ciência:


Raio-x da pesquisa

Camila Moreira irá publicar um artigo científico com os resultados das análises
Camila Moreira vai publicar artigo científico com os resultados das análises Foto: acervo pessoal

Título: Avaliação da saúde de populações ribeirinhas atingidas pelo desastre de Brumadinho

O que é: Dissertação de mestrado que avaliou as condições de saúde de pessoas que vivem às margens do rio Paraopeba, após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho. O foco da pesquisa é a exposição ambiental dessas comunidades a metais e metaloides (também chamados de semimetais).

Pesquisadora: Camila Moreira

Programa: Pós-graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas

Orientadoras: Maria José Nunes de Paiva e Leiliane Coelho André (coorientadora)

Ano da defesa: 2021

Financiamento: Programa de Apoio à Pós-graduação da Capes

O episódio 139 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Joabe Andrade, edição de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá.
O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade. 

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.