Pesquisa demonstra que estilo de vida do brasileiro piorou durante a pandemia
Tamires Souza, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos da Faculdade de Farmácia da UFMG, uma das participantes do estudo
O estilo de vida dos brasileiros piorou durante a pandemia, segundo pesquisa realizada pela UFMG em conjunto com as universidades federais de Ouro Preto (Ufop), Lavras (Ufla) e Viçosa (UFV). Os resultados preliminares da primeira etapa identificaram que as más escolhas alimentares, a diminuição da prática de atividade física e o aumento do tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e tempo de uso de telas e dispositivos contribuíram para a piora nos hábitos da população.
A pesquisa, intitulada Hábitos e comportamento alimentar durante a pandemia de covid-19, teve início cinco meses após a adoção das medidas de distanciamento social no Brasil e buscou verificar modificações nos hábitos da população no período da pandemia do novo coronavírus. Os dados se referem às análises da primeira aplicação de um questionário on-line, entre os meses de agosto e setembro de 2020, que obteve 1.368 respostas de indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos. Dentre os respondentes, 97% declararam cumprir totalmente ou parcialmente as medidas de isolamento. A segunda fase do estudo está em andamento, com a reaplicação do questionário a fim de identificar as mudanças nos hábitos dos brasileiros em diferentes momentos da pandemia. O estudo foi realizado por pesquisadores, entre eles professores e estudantes, das quatro universidades envolvidas. Da UFMG, participam a doutoranda Tamires Souza e sua orientadora, a professora Lucilene Rezende Anastácio, do Departamento de Alimentos da Faculdade de Farmácia.
Em entrevista ao Portal UFMG, Tamires Souza explicou os resultados do estudo: “Em resumo, foi possível perceber uma piora nos hábitos e estilo de vida (maior tempo de tela, sedentarismo e hábitos nocivos como tabagismo e consumo frequente de bebida alcoólica) e também nos hábitos alimentares (com menor consumo de alimentos in natura e maior consumo de processados e ultraprocessados).” Nesta quarta-feira, 20, a pesquisadora Tamires Souza concedeu entrevista à jornalista Luíza Glória, apresentadora do programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, para detalhar as etapas e os resultados da pesquisa.