Pesquisa sobre a situação de doenças crônicas no Brasil com participação da UFMG é divulgada
Professor da Escola de Enfermagem Rafael Claro é um dos responsáveis pelo trabalho, organizado pelo Ministério da Saúde, com atuação de pós-graduandas e graduandas da Universidade
A pesquisa Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o maior e mais tradicional inquérito de saúde no Brasil, teve seu balanço de 2021 publicado. O resultado é divulgado anualmente pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde. O objetivo do trabalho é fornecer subsídio para planejamento de políticas públicas de saúde para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). Para realizar esse mapeamento, foram entrevistadas mais de 27 mil pessoas maiores de 18 anos entre setembro do ano passado e fevereiro de 2022 em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal. As perguntas do questionário do Vigitel 2021 incluíram características sociodemográficas dos indivíduos e dos padrões alimentar e de atividade física associados à ocorrência de DCNTs, como a frequência do consumo de frutas e hortaliças e de refrigerante e a regularidade e duração da prática de exercícios físicos.
Além disso, foram levantadas informações sobre consumo de cigarros e bebidas alcoólicas, realização de exames para detecção precoce de câncer em mulheres, posse de plano de saúde ou convênio médico e questões relacionadas a situações no trânsito. O trabalho é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o professor da Escola de Enfermagem da UFMG Rafael Moreira Claro. Também participaram as pós-graduandas em Saúde Pública pela Universidade Luíza Eunice Sá da Silva e Thaís Cristina Marquezine Caldeira, as pós-graduandas em Nutrição e Saúde pela Escola de Enfermagem Marcela Mello Soares e Izabella Paula Araújo Veiga, além da residente pós-doutoral Taciana Maia de Sousa e de alunas da graduação em Nutrição. Nos resultados de 2021, os dados indicam uma redução no uso de cigarros e também a diminuição no consumo de refrigerantes, além do aumento do número de pessoas com diabetes, obesidade e queda na prática de atividades físicas.
No programa Conexões desta quarta-feira, 20, o professor Rafael Moreira Claro definiu para os ouvintes o que são Doenças Crônicas Não Transmissíveis e chamou atenção para as principais que são as cardiovasculares, metabólicas e os cânceres. Desde 2003, o cientista está envolvido nas produções dos inquéritos anuais. Sobre o mais recente, o docente definiu como foi produzida a metodologia e contou que, devido à pandemia da covid-19, os anos de 2020 e 2021 foram desafiadores para a elaboração da pesquisa. Em relação ao consumo de álcool pela população brasileira e redução da atividade física, Claro comentou que nos últimos anos tivemos mais resultados negativos do que positivos.
“Especialmente a prática de atividade física e do lazer, que vinha aumentando muito nos últimos anos, diminuiu em 2020 e 2021. A gente credita muito disso justamente aos impactos da pandemia. E isso torna o processo ainda mais desafiador porque já foi insuficiente convencer as pessoas a praticar atividade uma vez por semana e elas foram obrigadas a parar de ir. Agora, a gente precisa retomar esse trabalho, pensando novas políticas públicas para que volte a surtir impactos positivos na saúde da população” pontuou Claro.
Ouça a entrevista completa no Soundcloud.
Para consultar o relatório Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) na íntegra, clique aqui.
Produção: Nicolle Teixeira, sob orientação de Luiza Glória e Alessandra Dantas
Publicação: Alessandra Dantas