Pesquisadores brasileiros defendem uso da filosofia Ubuntu para guiar o enfrentamento à pandemia
Programa Conexões discutiu o tema em entrevista com imunologista da Fiocruz
Uma sociedade baseada no respeito entre as pessoas e na solidariedade faz parte da essência do Ubuntu, filosofia africana que reflete a humanidade e a interconexão entre os seres humanos. Recentemente, alguns pesquisadores brasileiros defenderam, em artigo, que a filosofia africana deveria guiar os líderes mundiais no enfrentamento à pandemia da covid-19. O artigo, publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, é assinado por dez pesquisadores brasileiros, da Fiocruz, UFRJ, UFG e USP.
O programa Conexões desta quinta-feira, 12, abordou a filosofia e a adoção da prática Ubuntu no combate à pandemia, em entrevista com o imunologista Wilson Savino, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz e coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional na instituição. Durante a conversa com a jornalista Luiza Glória, o pesquisador explicou a relação entre a filosofia e a pandemia, a relação entre desigualdade social e o combate ao coronavírus.
“A desigualdade prejudica, essencialmente, os países que detêm menos condições de enfrentamento, mas ela também prejudica aqueles que têm melhores condições, porque enquanto o vírus circular ele vai continuar mudando e gerando novas variantes. Do ponto de vista filosófico e humanitário e também do ponto de vista pragmático de controle da pandemia, precisamos de uma ação equivalente em todos os países. E, tendo em vista as desigualdade sociais, é preciso que os países que têm melhores condições trabalhem de forma a reduzir essas desigualdades com aqueles países que não dispõem de condições de enfrentamento”, defendeu.
Ouça a entrevista no Soundclound.
Produção: Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael